O Departamento de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí promoveu na manhã desta terça-feira, 5 de novembro, uma live especial para discutir as expectativas em relação à COP 30 – conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada pela primeira vez no Brasil, entre os dias 10 e 21 de novembro. O encontro virtual reuniu mais de 30 profissionais da área de meio ambiente das indústrias de Jundiaí e região, reforçando o compromisso do setor com a sustentabilidade e o desenvolvimento responsável. 

Mediado por Marcelo Souza, diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí, o evento contou com a participação de especialistas atuantes nas discussões climáticas internacionais: Ana Karolina Amaral, colunista ambiental do UOL e diretora da The Next Question, que acompanha as COPs desde 2015; e Keren Amaral, paraense e articuladora nacional do Engajamundo, que integra a delegação brasileira da COP 30, e Rayssa Oliveira, engenheira ambiental da Indústria Fox e do Instituto Nacional de Economia Circular (INEC) que fez a abertura do evento, apresentando as palestrantes. 

Durante o encontro, Marcelo Souza, que já participou das duas últimas edições da conferência - a COP 21 em Paris (2015); e a COP 28 em Dubai (2023) - compartilhou suas experiências e destacou a importância do evento como espaço estratégico de diálogo. “A COP é um ambiente único onde conseguimos falar com pessoas, empresários e políticos com os quais dificilmente teríamos contato no Brasil. Este ano, estarei presente tanto na Blue Zone quanto na Green Zone, e isso amplia nossa possibilidade de articulação”, afirmou. 

Uma das principais preocupações levantadas foi a ausência de grandes potências econômicas, como os Estados Unidos, no evento global. “Quanto mais próspera a nação, maior o impacto ambiental que ela causa. A ausência dos norte-americanos é preocupante, pois compromete o alcance e a representação das discussões”, ressaltou Marcelo. 

Ana Karolina Amaral destacou que, embora a confirmação das nações seja menor este ano devido à estrutura de acomodação, o Brasil tem a capacidade de reinventar a agenda da conferência. “A criatividade brasileira pode trazer ao debate global um novo eixo temático relevante, assim como foi a discussão sobre combustíveis fósseis na última COP. Se houver espaço para o jeitinho brasileiro, no bom sentido, podemos avançar muito”, comentou. 

Já a representante paraense Keren Amaral enfatizou o impacto que a COP 30 terá em Belém e em toda a região amazônica, não só do ponto de vista ambiental, mas também como agente de transformação social. “Belém já respira COP. É um divisor de águas para a região e para nós, que lidamos diariamente com os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, temas como saúde mental também serão destaque, já que a ansiedade pelo futuro está presente, quando falamos sobre as questões climáticas que ameaçam a vida do planeta”, disse. 

Em relação às expectativas pós-COP 30, Keren espera que o evento inspire ações urgentes e eficazes. “Que todos saiam com o sentimento de que é possível fazer mais, porque ainda há tempo de mobilizar e agir em favor do planeta”, afirmou. Ana Karolina acredita que, mesmo sem grandes acordos formais, o evento poderá trazer avanços significativos nas discussões multilaterais. “O mais importante é manter as pessoas engajadas na negociação e garantir que os temas centrais continuem na pauta.” 

Encerrando o debate, Marcelo Souza reforçou que espera que a COP não fique marcada por questões especulativas, como o mercado imobiliário, mas sim pelo diálogo construtivo entre as nações. “Como a Ana destacou, se esta for lembrada como a COP do diálogo, já teremos uma grande conquista. E após o evento, voltaremos a fazer uma live para compartilhar os resultados e perspectivas”, finalizou.

Cíntia Souza - Assessoria de Comunicação - CIESP Jundiaí