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Carlos Silva Filho, membro do Conselho Consultivo de Resíduos da ONU.

O Departamento de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí promoveu na terça-feira (16/9) um encontro para debater, desta vez, a necessidade de solução para os resíduos plásticos. O evento, promovido por videoconferência, foi coordenador por Marcelo Souza, diretor de Meio Ambiente. 

Carlos Silva Filho, membro do Conselho Consultivo de Resíduos da ONU, falou sobre as perspectivas para o combate à poluição por plásticos depois do INC5.2, realizado em Genebra na Suíça, entre os dias 4 e 15 de agosto de 2025. 

Segundo Carlos, o panorama é assustador: a geração de resíduos sólidos aumentou nas últimas décadas em 80%. “38% dos resíduos ainda vão para destinos inadequados e apenas 19% são reciclados”, anunciou, alertando que 2.7 bilhões de pessoas ainda não tem coleta de lixo na porta de casa. “Diante de tudo isso, o que fazer para mudar essa realidade? A gestão de resíduos tem um custo de US$ 360 bilhões no mundo. Se nada for feito, até 2050, essa conta vai subir para US$ 640 bilhões, uma conta impagável para o mundo todo”, completou. 

A solução, segundo o palestrante, é implementar a Economia Circular que promoveria uma receita líquida, de acordo com estudos de US$ 108 bilhões, invertendo a situação e gerando receita, pela mudança na produção, consumo, redução dos desperdícios e uso dos recursos naturais. 

Carlos explicou que para avançar na discussão do tema, as Nações Unidas criaram um Comitê de Negociação Intergovernamental de Negociação sobre Poluição Plástica em março de 2022 para elaborar um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre poluição por plástico, inclusive no ambiente marinho. “De lá para cá, foram sete encontros e, o último, em agosto deste ano, foi encerrado sem consenso, infelizmente”, anunciou. 


Evento debateu a urgência na gestão de resíduos sólidos

O INC iniciou seus trabalhos no segundo semestre de 2022, com a ambição de concluir as negociações até o final de 2024. A primeira sessão do INC (INC-1) ocorreu em Punta del Este, Uruguai, de 28 de novembro a 2 de dezembro de 2022, seguida por uma segunda sessão (INC-2), de 29 de maio a 2 de junho de 2023, em Paris, França. A terceira sessão (INC-3) marcou o ponto médio do processo, de 13 a 19 de novembro de 2023, em Nairóbi, Quênia, seguida pela quarta sessão (INC-4), de 23 a 29 de abril de 2024, em Ottawa, Canadá.  “O INC5.2 apesar de ter sido a reunião mais longa de todo esse processo, o debate e as diferenças de entendimento de grupos de países, inviabilizou o consenso, mas o que temos que ter em mente é o que o problema dos resíduos não tem fronteiras e a má gestão de um país pode e vai afetar outros”, explicou.

Sem consenso, Carlos explicou que não há um documento oficial sobre a gestão de resíduos. “Uma coisa é certa, essa discussão e a busca por soluções é um caminho sem volta. Temos que combater a poluição como um todo. Temos que discutir e encontrar soluções para tratar os resíduos sólidos”, defendeu, reforçando que, apesar de terem sido suspensas as negociações, as partes concordaram em retomá-las em uma data futura a ser anunciada”, anunciou.

Para Marcelo Souza, especialista em Economia Circular, o tema é urgente e necessário. “Este encontro foi muito bom, trouxe informações relevantes que precisamos estar cientes, acompanhando e fica aqui o alerta para a indústria: fazer a gestão dos resíduos sólidos por antecipação e prevenção ao invés de esperar para fazer de forma reativa. Nós podemos construir isso juntos, elaborar um guia para as indústrias, pensando na implementação da economia circular”, defendeu.

Cíntia Souza - Assessoria de Comunicação - CIESP Jundiaí