“É preciso acreditar nos indicadores do mercado”, alerta Rafael Cervone
- Atualizado emAo comentar a reunião do Copom sobre a Selic, a ser encerrada nesta quarta-feira (3/05), Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), salienta que há uma contradição entre os próprios indicadores colhidos no meio empresarial e setor financeiro pelo Banco Central e a manutenção da taxa básica em seu patamar mais alto nos últimos seis anos. “Pela quinta semana consecutiva, a estimativa para o IPCA em 2023 avançou de 6,04% para 6,05%, bem acima da meta de 4,7%, conforme dados do Boletim Focus divulgado na terça-feira (2/05) pela instituição, que contém as expectativas do mercado. Ou seja, fica muito claro que os juros estratosféricos não têm sido eficazes para conter a inflação”, pondera.
O líder industrial lembra que, além das sinalizações do Boletim Focus, os setores produtivos têm explicitado a dificuldade gerada pela Selic, que vem se mantendo em 13,75% ano, para financiamentos, créditos para capital de giro e consumo. “Temos hoje a taxa real de juros mais alta do mundo, que é uma trava para a economia, puxando o PIB para baixo”. Entre os países que, na América Latina, adotam o regime de meta de inflação, todos têm inflação maior e juros menores do que o Brasil. Só para mencionar alguns, Colômbia, Chile, México e Peru. E todos têm crescido mais do que o Brasil.
Para Cervone, os juros altos (que também aumentam a dívida pública), o rombo fiscal, o baixo crescimento e a inflação retroalimentam-se, criando um círculo vicioso no qual o País vem patinando há muitos anos. “Por isso, precisamos, com urgência, equacionar nossa economia com uma visão integrada e ampla, reequilibrando os juros e o câmbio e realizando as reformas tributária e administrativa, que darão ao País uma nova perspectiva de prosperidade, com impostos menores e um Estado menos oneroso e mais eficiente no atendimento à sociedade”.
Concluindo, o presidente do CIESP afirma: “Para o êxito nesses propósitos, não pode haver rixas políticas. As autoridades precisam pensar de modo coeso no bem do Brasil e dos brasileiros”.
A.I.do CIESP – Ricardo Viveiros e Associados – Oficina de Comunicação – Adriana Matiuzo Mtb 4.136 PR99