Presidente do CIESP mostra números que atestam fala de Haddad sobre indústria
- Atualizado emEmpresário reitera que carga de impostos é insuportável para o setor e que é fundamental ampliar sua participação no PIB
Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), entidade representativa de 8.000 empresas do setor, enfatiza dois aspectos da exposição que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez nesta quarta (21/03) em evento do BNDES: a necessidade de reduzir a carga tributária incidente sobre a indústria de transformação e de ampliar a participação do setor no PIB.
O líder setorial demonstra em números por que essas demandas são fundamentais: “O setor já representou mais de 25% do PIB brasileiro, mas índice atual é de apenas 11,3%. Porém, arca hoje com o maior volume no bolo tributário total, em torno de 30%. A desproporção entre os dois indicadores reduziu a capacidade de investimento”.
Cervone acentua que a indústria de transformação encolheu nos últimos 40 anos. Tal retração, em sua opinião, está diretamente ligada ao baixo crescimento da economia brasileira, cuja expansão média foi de somente 0,3% ao ano, de 2011 a 2020. “É importante lembrar que o setor tem fator multiplicador de 2,15, o maior dentre todos os ramos de atividade. Isso significa que, a cada R$ 1,00 que produz, são gerados R$ 2,15 na economia. Também paga maiores salários e representa 67% dos investimentos nacionais em pesquisa e desenvolvimento, além de ser o que inclui produtos com o maior valor agregado na pauta de exportações”.
Assim, é importante, segundo o presidente do CIESP, que Fernando Haddad entenda como prioridades a redução de impostos e a recomposição da participação da indústria no PIB. “Esperamos que a reforma tributária, conforme sinalizou o ministro da Fazenda, faça justiça ao setor, com menor carga e equilíbrio na taxação de todas as atividades”.
A cunha fiscal é um dos principais fatores abordados pela nova política industrial defendida pelo CIESP e a FIESP. “Preconizamos um projeto de Estado, não de governo, de curto, médio e longo prazos, subsidiado por inovação e que proporcione linhas especiais de crédito, incentivos à produção e um regime tributário indutor de investimentos”, frisa Cervone, acrescentando: “Também queremos o fortalecimento da pesquisa e da ciência nas universidades e institutos públicos e menos barreiras burocráticas”.
O presidente do CIESP diz esperar que a reforma tributária, com redução da carga e simplificação da arrecadação, por meio do imposto único, realize-se de modo rápido e congruente com a exposição feita por Haddad. “Menor taxação é o primeiro passo para o êxito no propósito de recompor a participação da indústria no PIB”, conclui.
AI CIESP – Ricardo Viveiros & Associados Oficina de Comunicação – Adriana Matiuzo Mtb 9.146 PR-99