OPINIÃO – O que esperar em 2022

Marcio Ribeiro Julio*

A retomada da economia brasileira para 2022 depende, basicamente, da capacidade do governo em conter a inflação e trabalhar as reformas administrativa e tributária.  A estabilidade política também é importante para garantir o endereçamento das reformas, assim como a confiança da indústria para os próximos meses. Os investimentos da indústria em aumento de capacidade estão diretamente ligados a estes fatores.

Outro grande desafio é a questão da logística internacional. Nossas indústrias sofrem com a falta de componentes e insumos (situação que afeta o mundo todo). Esta situação provoca alta inflação por demanda. Continua também a nossa preocupação o preço do frete internacional, que deve continuar em alta, nos quatro cantos do mundo, pelo menos, neste primeiro semestre do ano.

Na área de comércio exterior, o país vem aumentando o saldo na balança comercial, embora, ainda em uma situação de exportação (em geral) com itens de baixo valor agregado, contra uma importação de produtos de maior valor. Investimentos em educação que aumentem a competitividade e promovam a modernização da indústria, além das reformas já citadas, são essenciais para a reversão do quadro.

Em Jundiaí, temos uma situação bastante destoante do restante do Brasil. As indústrias aqui instaladas são de alta complexidade. Isso faz com que a região tenha sempre uma balança comercial deficitária, uma situação que não deve ser encarada como alto negativo, pelo contrário, uma vez que Jundiaí distribui os tais itens importados (diretamente e através da indústria de transformação) para demais regiões do Estado de São Paulo e do Brasil.

Não nos cansamos de destacar que a nossa região, beneficiada pela proximidade com o Porto de Santos e com os maiores aeroportos cargueiros do Brasil: Viracopos (Campinas) e Guarulhos, criam um ambiente perfeito para a otimização e redução dos custos logísticos. Nossa proximidade com os três maiores municípios do Estado (São Paulo, Guarulhos e Campinas) nos beneficia nesse aspecto também.

Nossa ação, enquanto entidade, tem sido no sentido de orientar os nossos associados a respeito das melhores práticas e alternativas nesse cenário ainda bastante desafiador, mas que pode representar uma oportunidade para a mudança cultural necessária para saltos grandes nos próximos anos.

Se você ainda não participa das Reuniões do Comex, que ocorrem mensalmente, às terceiras quartas-feiras de cada mês, onde todos estes temas são discutidos, venha conhecer o nosso grupo formado por profissionais de comércio exterior das empresas de Jundiaí e Região. Os encontros são por videoconferência e você pode fazer de casa (se estiver em home office) ou, diretamente, da sua empresa.

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Marcio Ribeiro Julio é diretor de Comércio Exterior do CIESP Jundiaí