Caffè Sospeso, projeto dos estudantes do SENAI Campo Limpo Paulista, traz impacto social - CIESP Jundiai

Caffè Sospeso, projeto dos estudantes do SENAI Campo Limpo Paulista, traz impacto social

Os estudantes do Escola SENAI Alfried Krupp – Campo Limpo Paulista identificaram a dificuldade financeira de alguns colegas e criaram o projeto Caffè Sospeso, ou café suspenso, na tradução literal para o português. A ideia é simples, você faz um pedido na cantina da escola e escolhe pagar por dois, deixando o segundo para uma pessoa que não tiver condições de pagar por ele. Daí o café fica “suspenso”, isto é, à espera de alguém. “Queremos estimular o espírito de solidariedade entre as pessoas, ajudando aqueles que não podem pagar”, explicou um dos estudantes, Igor Lopes.

Equipe que mantém o projeto Caffè Sospeso na escola

O projeto foi inspirado em uma tradição que nasceu em Nápoles (Itália), na época da Segunda Guerra Mundial. “Nápoles sempre foi uma cidade conhecida por duas coisas: seu povo acolhedor e uma população pobre. Após a Segunda Guerra Mundial essa situação ficou ainda pior, visto a derrocada econômica do país, destruído física, moral e economicamente pelo conflito sem precedentes. Nesse contexto, num bairro muito pobre de Napoles, o Rione Sanità , uma pessoa teve uma ideia. Tomou um café e deixou outro pago para alguém que não tivesse dinheiro. O barista marcou numa lousa e , a partir daí, mais e mais pessoas faziam o mesmo. Foi quando surgiu o nome ” Sospesò” ou suspenso , ou ainda em aberto”, conta o diretor da unidade, Alexandre Capelli. “Foi um ato de altruísmo, porém, para funcionar são necessárias algumas virtudes: o próprio altruísmo de quem paga, a honestidade do dono do estabelecimento e a seriedade de quem consome. Pois destina-se a quem realmente precisa e não pode pagar”, completa.

O diretor da escola também se lembrou de sua experiência com o projeto, vivenciada em 1995. “Em 1995 eu era um jovem engenheiro e fui trabalhar no sul da Inglaterra numa cidade pitoresca chama “poole”, próxima ao canal na mancha. Lá tomei um café com um colega e o mesmo pagou a conta deixando um café pago a mais. Perguntei o porquê, e ele me explicou o conceito. Qual não foi minha surpresa ao ver a quantidade de bares, em toda a Inglaterra, com lousas repletas de cafés, pizzas, salgados e doces ‘suspensos'”, lembra, um movimento que o surpreendeu. “Alguns bares traziam lousas com dizeres: ‘Estamos com muitos itens em suspenso, por favor, dirigir-se a outro pub para doação’. Isso me deixou abismado com a honestidade do bar e o altruísmo das pessoas: o dono, poderia, simplesmente, apagar as lousas e ficar com o dinheiro”, lembrou Capelli.

Diretor do Senai, Alexandre Capelli

E foi esse espírito altruísta que os jovens estudantes levaram para a cantina da escola e o dia a dia dos estudantes que realmente não pode pagar pelo lanche.  No início deste ano o setor de Qualidade de Vida, coordenado pelo Prorgrama 360 graus, junto a equipe gestora e um pequeno grupo de estudantes, produziu meios de adaptar o projeto à realidade socioeconômica da região de Campo Limpo Paulista – SP e inauguraram no início de abril o espaço físico que prioriza o programa. Nas primeiras duas semanas do projeto que teve início em 8 de abril, o Caffè Sospeso impactou 41 alunos com a arrecadação de 13 almoços, 27 salgados, 9 lanches (pão na chapa), 5 pão de queijo e 18 café com leite.

Antes do projeto, na Escola Senai Alfried Krupp, algumas pessoas pagavam lanches para outras sem recursos. O próprio coordenador Técnico Prof Sidnei Corredori deixa valores na cantina para isso. “Percebi que a nossa própria equipe e comunidade já tinham as três premissas do café suspenso: altruísmo, honestidade e seriedade. Propus, então, fazermos um espaço dedicado chamado pelo nome de origem. E oficializar aquilo que, timidamente, já estava sendo praticado. Agora, tornou-se um programa de responsabilidade social da escola e todos são convidados a participar. Aqui, professores, equipe gestora, alunos e o próprio cantineiro colaboram”, contou o diretor.

As pessoas que necessitam estão fazendo uso do Caffè Sospeso. “Elas estão aproveitando sem constrangimento algum, pois, não sabe quem pagou. O projeto vem mostrar para estas pessoas o quanto ela é importante para nós”, comentou o diretor da escola, Alexandre Capelli.

Cíntia Souza – Assessoria de Comunicação – CIESP Jundiaí