“Economia Circular não é ideologia, mudar o modelo econômico é uma necessidade”, defende Marcelo Souza
- Atualizado emO CIESP Jundiaí promoveu na quinta-feira, dia 18 de agosto, um encontro que teve o envolvimento de diversos departamentos da casa: Comunicação, Jurídico, Meio Ambiente, Recursos Humanos e Responsabilidade Social. Os diretores se uniram para organizá-lo, graças a amplitude do tema que envolve diversas áreas. O diretor titular, Marcelo Cereser, foi o anfitrião do encontro, realizado presencialmente, com a participação de diretores das Escolas Sesi SP e Senai SP.
As diretoras Elizabeth Broglio (Jurídico), Vania Mazzoni (Recursos Humanos) e Cida Gibrail (Responsabilidade Social), coorganizadoras do evento, também estavam presentes. O tema “Economia Circular, um mundo em transformação” trouxe o debate sobre a importância deste modelo econômico e das novas práticas de ESG, da sigla em inglês Environmental, Social and Governance. “Estamos vivendo o apogeu da tecnologia e, naturalmente, isso precisa de matéria prima. Desta forma, é urgente propormos uma discussão como esta sobre a forma como estamos consumindo os recursos, que indicam forte ruptura na cadeia de suprimentos em breve”, comentou Marcelo. “A Economia Circular, nos mostra caminhos alternativos para a construção de uma prosperidade, menos invasiva”, garantiu.
A diretora Jurídica, Elizabeth Broglio, fez a abertura do evento agradecendo a presença de todos e reforçando a importância do tema para envolver diversos departamentos do CIESP Jundiaí. “Vivemos num mundo em constante transformação. Todos que estão aqui hoje serão agentes multiplicadores das ideias que serão discutidas nesta tarde. Nós estamos empenhados em entender esta nova realidade e, as mulheres do CIESP Jundiaí nos unimos para que este evento acontecesse e convidamos o nosso diretor Marcelo Souza, um especialista no assunto para nos dividir conosco todo o seu conhecimento sobre o tema”, anunciou Elizabeth, justificando a ausência de Sueli Muzaiel, que estava retornando de uma viagem à Itália.
O diretor titular, Marcelo Cereser, destacou a forte presença feminina do CIESP fazendo os eventos acontecerem, promovendo conhecimento, informação e contribuindo para o crescimento de todos. Marcelo aproveitou também para lamentar o grande revés que a indústria paulista teve com a legislação da Cetesb. “Nosso papel é dividir ombro a ombro, com os associados ou não, conhecimento, preocupações e as dificuldades do dia a dia. O grande desafio desta tarde é saber como vamos lidar com todas as exigências da legislação, preservar o meio ambiente, ao mesmo tempo em que contribuímos com o desenvolvimento econômico”, comentou.
“Não estamos vivendo uma era de mudanças, estamos vivendo uma mudança de era e o que isso significa? O mundo como o conhecemos hoje está em declínio”, alertou, Marcelo Souza, diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí, referindo-se a equipamentos que não existem mais. “A primeira mudança profunda que tivemos com a pandemia foi a pontualidade: ninguém mais admite um ou dois minutos de atraso, numa reunião online, por exemplo. A mudança de era ocorre quando dois mundos coexistem e provocam um desconforto: nós conseguimos imaginar como seria nossa vida hoje sem o whataspp ou uber, por exemplo ?”, questionou.
Marcelo explicou também que a Economia Circular é um novo modelo econômico e o ESG uma nova prática de gestão. “Economia Circular, que se baseia em serviços, é um modelo econômico que se contrapõe ao consumo que é inerente à economia linear, atual modelo econômico”, alertou. Para exemplificar a importância do consumo para o modelo linear, ele apresentou a fórmula do PIB (Produto Interno Bruto), a soma de todos os bens e serviços produzidos, distribuídos e consumidos por um determinado período. “A fórmula do PIB – PIB = C + I + G + (X – M) – começa com consumo. Esta é uma provocação para que todos entendam sobre a importância do tema. Mas além de Economia Circular, temos que debater sobre Net Zero, efetivamente, e também sobre ESG, um modelo de gestão e um sistema de boas práticas que as empresas podem implementar”, destacou.
Marcelo alertou ainda que 26% da população brasileira cozinha com lenha. “Nossas empresas não podem falar em implementar Net Zero quando lidamos com uma estatística como esta. As empresas existem para facilitar a vida das pessoas e além de preservar o capital natural, temos que pensar também no tempo para repor a matéria-prima. Se não mudarmos o modelo econômico atual, a conta não vai fechar”, exemplificou.
O diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí também comentou sobre a tabela periódica que vem sofrendo alterações no seu formato graças à falta que de alguns materiais e sobre o Dia de Sobrecarga da Terra. “Precisamos mudar o nosso modelo econômico por conta de duas variáveis: crescimento populacional e aumento da tecnologia: estamos consumindo mais do que temos”, destacou, mostrando o Diagrama de Borboleta, uma poderosa ferramenta que nos ajuda a compreender a aplicação do modelo da Economia Circular na prática. “O Diagrama mostra o ciclo dos produtos e materiais traz novas possibilidades: compartilhar, prolongar, reutilizar, remanufaturar e, por último, reciclar”, frisou. “Assim, ao invés de vender um produto, vamos vender o serviço que ele proporciona: temos que nos perguntar, precisamos de uma furadeira ou apenas do furo na parede?”, questionou. “A economia circular tem que estar no centro das estratégias da sua empresa, não é uma ideologia. Mudar o modelo econômico é uma necessidade”, completou.
Ao final da palestra, Marcelo respondeu alguns questionamentos e fez a entrega de seu livro que traz um debate sobre o tema “Economia Circular: O mundo rumo à quinta revolução industrial”, que está à venda na Amazon. “O tema economia circular foi baseado no livro, mas as informações sobre ESG talvez estejam num próximo livro”, destacou.
Cíntia Souza – Assessoria de Comunicação – CIESP Jundiaí