Distância de focos de tensão geopolítica é ativo para o Brasil, diz secretária de Comércio Exterior durante evento do Estadão em parceria com Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI - CIESP Jundiai

Distância de focos de tensão geopolítica é ativo para o Brasil, diz secretária de Comércio Exterior durante evento do Estadão em parceria com Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI

O fato de estar distante dos focos de tensão geopolítica no mundo é um ativo para o Brasil, no entendimento da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres. Ela analisou o contexto internacional durante o Fórum Estadão Think “Desafios para a Inserção do Brasil no Mundo”, que aconteceu na manhã desta terça (12) em São Paulo, promovido pelo jornal O Estado de S.Paulo em parceria com Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI.

Rafael Cervone é presidente do CIESP

Segundo Tatiana, o Brasil “pode se inserir melhor no mundo” a partir do contexto atual, que ela considera “desafiador”. Ela elencou ainda mais três pontos importantes para a compreensão do contexto macroeconômico, como o surgimento de políticas industriais mundo afora (com incentivos maiores e políticas mais assertivas) e a jornada de transformação digital, com a otimização da Inteligência Artificial, a implementação da Internet das Coisas e a digitalização da economia, que ajudam o país a se tornar mais produtivo e competitivo, além de mudar os padrões de comércio estabelecidos. Por fim, o quarto ponto frisado pela secretária foi o da interseção crescente entre as políticas comercial e ambiental. “O Brasil está muito bem posicionado para apresentar seus produtos e serviços no exterior a partir das nossas credenciais de sustentabilidade, a partir do fato de que nós conseguimos produzir com a matriz energética e elétrica mais líquida do que os nossos concorrentes”, disse Tatiana.

Lição de Casa

Durante seu discurso na abertura do evento, o presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, defendeu o crescimento sustentável do país, com as reformas tributária e administrativa, para obter resultados como a multiplicação de empregos, inclusão social e elevação do patamar de renda. Ele lembrou que as exportações não se restringem apenas às grandes empresas. Para ele, é importante que o país faça o que ele chama de “lição de casa”, no que diz respeito aos esforços para ampliar a produtividade, com aporte tecnológico, inovação, ações governamentais transformadoras, como o NIB (Nova Indústria Brasil) e o Programa de Depreciação Acelerada. Cervone também destacou a importância de considerar dentro da inovação, o potencial de produtos industriais verdes e sustentáveis.

Para ele ainda, é importante expandir programas, como o Acredita Exportação, que abrange as pequenas empresas com uma alíquota especial de devolução de tributos de 3%. “Aliás, lembrando aqui, exportação não é algo apenas para as grandes empresas. Ela é, sim, muito importante para as micro, pequenas e médias empresas e não precisa de uma grande estrutura para isso. Empresas exportadoras ganham escala, eficiência, ficam mais competitivas no mercado externo e também no interno. E a inserção internacional deste segmento é muito relevante, dado o seu significado para a economia”, disse Cervone.

Brasil First

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloísio Mercadante, afirmou durante o evento que o Brasil precisa trabalhar na diplomacia e na “cultura da paz” toda a sua potencialidade, mas defendeu que o país também tenha seus instrumentos de defesa. “Eu não tenho nada contra o ‘America First’, mas eu sou ‘Brasil First’. Então, nós temos que olhar nossas interesses e sabermos negociar, nos EUA e na China, com realismo. Não nos interessa uma Guerra Fria, nem essa escalada comercial e seria muito bom que voltássemos a ter a OMC (Organização Mundial do Comércio) como um órgão de regulação, mas nós não temos e esse é o mundo que nós estamos vivendo, o mundo real”, disse Mercadante.

O presidente da Fiesp, Josué Gomes, defendeu o globalismo, disse que para o Brasil isso é importante e ressaltou que problemas como pandemias e a crise climática do planeta devem ser solucionadas globalmente. “Eu sou um daqueles que acreditam que nós, como Humanidade, não podemos acreditar no fim do globalismo. Até porque desafios fundamentais precisam de soluções globais”, disse Gomes.

Fonte: Assessoria de Imprensa do CIESP