OPINIÃO - A indústria paulista na trilha da diversidade - CIESP Jundiai

OPINIÃO – A indústria paulista na trilha da diversidade

A indústria, em paralelo à grande capacidade de gerar empregos e renda, desenvolver tecnologia e agregar valor à pauta de exportações, tem avançando no âmbito da governança ambiental, social e corporativa (ESG). Trata-se de algo relevante, pois tais princípios são cada vez mais decisivos para o êxito dos negócios e da sua contribuição em favor de uma sociedade mais inclusiva, equânime e plural.

Um exemplo da adoção de boas práticas afirmativas pelo setor encontra-se no programa “Elas na Indústria”, promovido pelo Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp, e implementado pelas nossas atuantes diretoras em todas as Regionais do Ciesp. Houve crescimento de 280% no número de formandas em sua terceira turma de mentoria e capacitação. A iniciativa, destinada a ampliar as perspectivas para que mais mulheres alcancem altos cargos na gestão ou sejam empreendedoras, tem sido catalisadora relevante na promoção da sua capacidade de liderança.

Rafael Cervone é presidente do CIESP

Na primeira turma, em 2022, formaram-se 45 mentoradas. Na segunda, em agosto de 2023, foram 109 e na terceira, em dezembro do ano passado, 171. Aspecto significativo refere-se ao aumento da representatividade de mulheres pretas e pardas, passando de 16%, no início do programa, para 24%. A expectativa é de crescimento contínuo da equidade étnica.

O programa responde a um desafio concreto dos setores produtivos quanto à necessidade de progressos na igualdade de gênero. A terceira edição, referente a 2023, do estudo Análise da participação das mulheres em conselhos e diretorias das empresas de capital aberto, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apontou que, dentre os 6.160 profissionais que compuseram a amostra nas posições de liderança e gestão das companhias de capital aberto, elas representam apenas 15,2%.

Houve avanços em relação às edições anteriores da pesquisa. Em 2021, o índice de participação feminina era de 12,8% e, em 2022, 14,3%. Porém, há espaço e necessidade de ampliar a diversidade de gênero nos cargos de comando nas empresas brasileiras de todos os setores. É o que estamos buscando realizar na indústria paulista, colocando-a na vanguarda das transformações voltadas ao desenvolvimento da sociedade e ao advento de um Brasil mais plural e inclusivo.

*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).