Encadear Summit ESG debate os pilares Governança, Social e Ambiental - CIESP Jundiai

Encadear Summit ESG debate os pilares Governança, Social e Ambiental

Evento do Sebrae foi promovido em parceria com o CIESP Jundiaí

Na quarta-feira (9/8), o Sebrae promoveu o 1º ENCADEAR Summit do Estado de São Paulo, em parceria com o CIESP Jundiaí. O evento, que ocorreu no auditório do CIESP, trouxe executivos de grandes empresas e organizações para debater, trocar experiências sobre as oportunidades de projetos de encadeamento produtivo entre grandes, micro e pequenas empresas.  O diretor titular do CIESP Jundiaí, Marcelo Cereser, e o gerente regional do SEBRAE Marcelo Paranzini estavam recepcionando os participantes que lotaram o auditório.

O evento foi dividido em três paineis que debateram os pilares Governança, Social e Ambiental. O diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí, Marcelo Souza, mediou o painel Ambiental.

Governança – Tiago Antunes

Mediado por Tiago Antunes do Sebrae, o primeiro painel falou sobre Governança, contou com a participação de Daniela Garcia, CEO do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, Luciana Sacapin, gestora de projetos de Impacto Sistema B – Brasil, Andréa Marques, da AMarques & Associados.

Para Daniela Garcia, CEO do Instituto Capitalismo Consciente Brasil,  trouxe uma reflexão para reforçar que no mundo, tudo é complexo e inesperado e pode acontecer qualquer momento e isso nos deixa em situação de incerteza. “Nosso processo evolutivo está muito acelerado. Há séculos estar vivo era problema dos céus. Hoje é da medicina. Há séculos o propósito da vida não estava claro. Hoje, qualquer escolha tem efeito imediato”, reforçou, trazendo números da desigualdade no mundo: 811 milhões de pessoas passam fome no mundo (UNICEF, 2021), enquanto há 2.755 bilionários no mundo (Forbes, 2021). “O que podemos fazer para melhorar? Mudar o foco? O conceito do capitalismo consciente nasceu nos EUA em 2007 e se amplificou pelo mundo. Nós acreditamos que as empresas são protagonistas das grandes mudanças da sociedade, na cura e na diminuição de desigualdades”, destacou. Para ela, quando um negócio olha para as futuras gerações e entende que pode trabalhar para deixar um legado melhor, ele cuida de sua governança, da sociedade e do meio ambiente. “O famoso ESG, nossa espinha dorsal para mergulhar no mundo do impacto. Acreditamos que tudo começa por uma boa governança, sem ela da acontece no social e nem no eco-ambiental”, completou.

Luciana reforçou a importância das empresas pensarem em ESG destacando 3 pontos: o engajamento dos investidores e o comportamento dos consumidores estão levando as empresas a se reinventarem; a regulação força, cada vez mais, os tópicos ESG na agenda dos investidores; e o ESG tem sido um sinal particularmente eficaz de “alfa”, ou seja, de geração de retorno acima do mercado, nos últimos anos. “A maioria dos executivos C-Level e dos profissionais de investimento (57%) concordam que os programas ESG criam valor para o acionista”, reforçou, destacando que todos precisam reconhecer que há falhas no sistema econômico. “As pessoas no mundo estão clamando por mudança e nossos negócios têm credibilidade para liderar como nunca antes: a força dos negócios pode contribuir para os principais desafios no mundo e construir uma economia mais inclusiva e mais sustentável”, avaliou.

José Carlos Cappuccelli, CEO da Thyssenkrupp, empresa associada do CIESP Jundiaí participou do painel Social

Andréa Marques iniciou sua apresentação defendendo que o ESG é o business case da Sustentabilidade. “Todas as empresas deveriam adotar o ESG por convicção. No Fórum Econômico e Social, entre os principais temas debatidos 5 eram da área ambiental e 3 da área social. Todos precisamos de governança, desde a nossa casa, nossa família, imaginem nas empresas e nos negócios. Governança é um sistema de regras que apoia boas tomadas de decisão. Priorizar temas faz com que consigamos antecipar tendências reduzindo riscos e traduzindo oportunidades”, aconselhou.

Social – Daniela Vieira – Astra S/A

O segundo painel representando o S de Social, da sigla ESG, foi mediado por Daniela Vieira, da área de Responsabilidade Social da Astra. “Temos que avançar nos debates, crescer nos negócios e incorporar o S no dia a dia de nossas empresas”, destacou.

Bianca Talassi, coordenadora de Sustentabilidade da Siemens Brasil, apresentou as ações da Fundação Siemens, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). “Nossa fundação aconteceu no Brasil em 1986, com o nome de Fundação Peter von Siemens 37 anos em 2023. Atualmente, a Fundação Siemens é mantida com recursos das empresas do Grupo Siemens e Siemens Energy Brasil”, anunciou. “Nosso compromisso social é apoiar o desenvolvimento dos índices de Educação STEAM e Empregabilidade. A partir da reputação da nossa marca, compartilhamos a geração de valor para atração de investimentos e parcerias estratégicas”, explicou. A Educação Steam, segundo Bianca, é o ensino integrado e aplicado de conhecimentos de Ciência (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering), Artes (Arts) e Matemática (Math) – as iniciais em inglês dão origem à sigla STEAM. “Atendemos grupos socialmente negligenciados, os que sofrem discriminação, exclusão e marginalização por parte da sociedade em geral, muitas vezes por causa de características pessoais, como etnia, gênero, orientação sexual, idade, condição socioeconômica, entre outras”, enumerou.

José Carlos Cappuccelli, CEO da Thyssenkrupp Metalúrgica Campo Limpo, apresentou os números de sua empresa e o cuidado e atenção com que enxerga os colaboradores, a grande força motriz da empresa em todo o mundo. “Somos um grupo global de empresas, presente em 60 países com 1.100 localidades, com € 41 bi em vendas e 96.000 colaboradores: em Campo Limpo Paulista, oferecemos soluções sustentáveis para o futuro, proteção climática, ambiental e eficiência energética”, enumerou, reforçando que todos na empresa compartilham valores comuns. “Assumimos a responsabilidade pela comunidade onde vivemos e trabalhamos: temos 80 aprendizes, 108 em qualificação técnica, + de 2 mil colaboradores residentes nas cidades de Campo Limpo Paulista, Jundiaí, Várzea Paulista e região e 400 terceirizados e para todos eles oferecemos um Espaço Saúde – Saúde integral e mantemos também um programa de Qualificação para PcD, graças a parceria com a Escola Senai da cidade conseguimos capacitar as pessoas com deficiência para trabalhar em nossa fábrica”, explicou. Além disso, a Thyssenkrupp também investe em projetos sociais para a comunidade local, a partir de incentivos fiscais. “Envolvemos todos os nossos colaboradores em ações para a beneficiar a comunidade, em datas comemorativas como Páscoa, Dia das Mães e Dia das Mulheres. “Fizemos a doação de 12 mil absorventes para as entidades que atendem mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade social e agora esta campanha faz parte da comunidade”, destacou.

Guilherme Cunha, do Grupo Tauste, que nasceu como uma loja pequena em Marília, interior de São Paulo e hoje tem 9 lojas e se prepara para abrir mais 3: uma em Campinas e duas nas zonas Sul e Norte de São Paulo. “Tauste é uma cidadezinha na Espanha e quando finalizarmos a implantação destas novas 3 lojas, teremos mais de 7.500 colabodoradores, um número maior que a população da cidade espanhola que inspirou o nome da nossa rede”, explicou, apresentando os projetos sociais do Tauste Social. Panetone Solidário, Mãos à Obra, Mãos Amigas, Projeto Multiplicar, Projeto Pescador, Troquinho Solidário, Educação Digital. “A partir do projeto Pescador, oferecemos recursos para a entidade poder se sustentar: quadra de futebol society, fábricas de estamparia, de hóstias e até padarias já foram entregues para entidades sociais para que assim possam gerenciar seus próprios recursos e manter seus projetos sociais. “A gente se preocupa com o E, com o G, mas, principalmente, com o S, de ser humano”, completou.

Marcelo Souza é diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí

Ambiental – Marcelo Souza – CIESP Jundiaí – Indústria Fox

Marcelo Souza, diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí e CEO da Indústria Fox, mediou o painel Ambiental. Para ele que é especialista em Economia Circular e ESG, o tema é mais do que relevante, é urgente. “O ESG necessita de uma mudança cultural. Nós não podemos circularizar a economia linear e com o ESG é a mesma coisa”, ressaltou, destacando a importância da discussão do tema, lembrando que já trabalhava com reciclagem com o pai, aos 10 anos de idade. “Montamos um painel com pontos de vista bastante diferenciados. Quando a gente fala da nossa casa, tirar o lixo pra fora, faz sentido. Mas quando pensamos no mundo, não existe esse ‘para fora'”, destacou. “Quando a gente fala de meio ambiente, não estamos falando de ecologia, estamos falando de sobrevivência. A agenda 2030, a ciência aponta que um ponto de não-retorno e temos que fazer alguma coisa. Ainda há esperança, acredito que ESG é uma onda, não é mais um grupo, espalhou-se para todos os setores”, completou.

Guilherme Lefèvre,  Professor e Gestor do Programa Brasileiro GHG Protocol do FGVces, trouxe informações sobre o Programa Brasileiro GHG Protocol. “Dentro de Meio Ambiente, temos a discussão sobre a mudança climática, as organizações que fazem gestão de suas emissões e quando a gente fala sobre gestão das emissões, falamos de passo zero, que é o diagnóstico emissões organizacionais como passo zero”, explicou. Ele reforçou ainda que o programa foi criado em 2008 e é responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro e desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEE). “O programa visa estimular a cultura corporativa de inventário de emissões de GEE no Brasil para uma agenda de enfrentamento às mudanças climáticas nas organizações; proporcionar instrumentos e padrões de qualidade internacional para contabilização das emissões e publicação dos inventário”, explicou, lembrando que o programa está na fase em que vai iniciar adesão de membros para 2024, a empresa que tiver interesse em participar, pode enviar um email para ghg@fgv.br.

Sérgio Talocchi, gerente sênior de Suprimentos da Natura. Ele abordou o tema economia circular de embalagens, reforçando que a visão de sustentabilidade da Natura está amparada em três pilares: enfrentar a crise climática e proteger a Amazônia, defender os direitos humanos e sermos mais humanos, abraçar a circularidade e a regeneração. “O Programa Elos tem como estratégia a estruturação de cadeias sustentáveis de abastecimento de material reciclado pós-consumo em embalagens e materiais de apoio com rastreabilidade e homologação de todos os elos, produtividade e trabalho com dignidade e respeito aos direitos humanos”, explicou, anunciando que o programa Recicle com Natura, existe desde 2020, com mais de 700 pontos de coleta em 260 cidades no Brasil. “Já foram maisd e 50 toneladas de embalagens de cosméticos recuperadas e recicladas e mantemos parceria com 14 cooperativas”, destacou.

Thales Oliveira, gerente de Sustentabilidade para as Américas da Dow Química, falou sobre as quatro ambições da empresa de ciência de materiais, que é a inovação, foco no cliente, inclusão e diversidade e sustentabilidade. “O meu cargo na Unidade de Jundiaí, de Poliuretanos, é uma derivação do que os colegas apresentaram aqui, uma evolução da sustentabilidade dentro das corporações. Não sou parte da estrutura de ESG, sou parte da unidade de negócios e a minha missão é definir como a estratégia de mudança de circularidade vai trazer business para a empresa”, explicou. “Nós trabalhamos com a estrutura do ciclo de vida dos produtos, a partir das matérias primas. “Trouxe para apresentar pra vocês dois projetos um o de descarbonização e outro é um projeto de economia circular desenvolvido na região em parceria com a Indústria Fox, o Reuse, que defende que o descarte correto é só o começo. O projeto de economia circular começou com colchões, chegando a 3.500 colchões coletados e reciclados em um ano, influenciando toda a cidade de Hortolândia/SP, com apoio de da prefeitura da cidade, da Ortobom e o Instituto Akatu”, destacou.  “Dos colchões, a Dow fez uma parceria com a Indústria Fox para reciclagem de geladeiras com separação dos gases e da espuma. Diferente dos colchões, o descarte de geladeira vem da boa vontade das pessoas e os resultados foram incríveis, sem contar que as principais marcas de refrigeradores do país estão desenvolvendo programas similares de coleta e reciclagem”, completou.

Cíntia Souza – Assessoria de Comunicação CIESP Jundiaí