ESG não é somente para grandes empresas
- Atualizado em“Antes de falar sobre a relevância da governança e do ESG das grandes corporações, precisamos olhar para as mais de 80% de empresas no Brasil que são familiar, pequena e média”, ponderou Marcelo Souza, diretor de Meio Ambiente do CIESP Jundiaí, durante webinar promovido nesta quarta-feira, dia 5 de abril.
O encontro contou com a participação de Onara Oliveira de Lima, engenheira Ambiental com formação em ESG em Harvard Business School e na Saint Paul, atua na área de Sustentabilidade ESG do Grupo CCR e é membro do Conselho Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade e da Comissão ESG da ABRASCA. “Pensar em governança não é somente para grandes empresas. É preciso desmistificar e naturalizar o processo de governça das pequenas e médias empresas”, avaliou. “Temos que pensar na responsabilização e conscientização das grandes empresas para que elas exijam dos seus fornecedores boas práticas neste sentido”, alertou.
Onara chamou a atenção para os processos produtivos. “Não há processo que não utilize recursos naturais e precisamos lembrar que estamos vivendo uma era em que o nosso consumo é maior do que a nossa capacidade da natureza de regeneração: a conta não vai fechar”, destacou. “A escassez de recursos faz o preço aumentar, consequentemente, aumentando as desigualdades sociais”, avaliou. “Se cada empresa fizer bem feito a gestão do seu quintal, conectando o projeto social ao seu negócio, à comunidade e à cadeia de parceiros/fornecedores de pequenas e médias empresas. Para o ESG, esse é o primeiro passo , uma conexão justa com quem está no processo: estamos falando de um ecossistema. Não adianta a gente achar que o barco de um vai afundar e o outro não. Estamos todos no mesmo oceano: quem está contratando e quem está sendo contratado”, ponderou.
Onara defendeu também a legalização e regularização das empresas. “Quando conseguimos legalizar o nosso negócio, mapear os processos, já estamos falando em governança. Não é preciso complicar, o acesso é para todos e é possível. Falar e em sustentabilidade é, antes de tudo, falar sobre eficiência operacional. Salvar o mundo é uma consequência”, reforçou. “Se não tenho licenças para operar e não atendo os requisitos legais, a minha empresa já está em risco. A partir do momento que buscamos a eficiência operacional do negócio, conseguimos enxergar as oportunidades em produtos e serviços, diferenciação, uso de menos recursos naturais e aprimoramento na reputação da empresa”.
O aspecto social da jornada ESG, de acordo com Onara, tem que etsar conectado ao negócio, do contrário é apenas filantropia. “Esta jornada não é somente para os grandes e traz vantagens competitivas, melhoria e eficiência de processos. Precisamos de mais ação do que falação”, completou a executiva.
Marcelo defendeu também que é preciso falar em Cultura ESG. “Precisamos entender o conceito de adicionalidade: quanto as ações da minha empresa nas áreas ambiental e social está adicionando de positivo. Precisamos avaliar o lucro pelo lucro e o porque do lucro grande em detrimento da exploração do meio ambiente e das pessoas. As pessoas precisam estar no centro dos negócios: antes de uma empresa buscar ser a melhor do mundo, ela deve buscar ser a melhor para o mundo”, reforçou.
Cíntia Souza – Assessoria de Comunicação – CIESP Jundiaí