Encontro de Meio Ambiente debate logística reversa de embalagens
- Atualizado emO departamento de Meio Ambiente promoveu na segunda, dia 13 de março, um encontro online para debater logística reversa. O diretor Marcelo Souza foi o mediador do encontro que contou com a participação do especialista Fernando Silva Bernardes, fundador e diretor operacional da Central de Custódia da Logística Reversa.
A Central de Custódia da Logística Reversa de Embalagens atua para garantir a não colidência entre as notas fiscais que comprovam os resultados de recuperação das embalagens pós consumo, proporcionando, assim, a unicidade entre os sistemas, evitando a duplicidade de contabilização de resultados e buscando gerar adicionalidade de massa recuperada e efetivamente destinada para a reciclagem.
O webinar reuniu mais de 50 profissionais da área de logística e meio ambiente, preocupados com as mudanças na verificação de resultados com o decreto 11.413. O decreto federal 11.413/2023 define como Verificador de Resultados a pessoa jurídica de direito privado, homologada e fiscalizada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança no Clima (MMA), contratada pela entidade gestora e responsável pela custódia das informações, pela verificação dos resultados de recuperação e pela homologação das notas fiscais eletrônicas emitidas pelos operadores do sistema de logística reversa.
“A nota fiscal eletrônica é o principal documento de logística reversa. Com ela é possível avaliar o material pós-consumo, as cooperativas envolvidas no processo, os materiais recicláveis processados, a indústria responsável e o processo de logística reversa. Com inteligência artificial e análise de pessoas competentes, conseguimos fazer a verificação, olhando todo mundo que está envolvido no processo”, explica Fernando, anunciando que na semana passada, a Central de Custódia atingiu 1 milhão de toneladas verificadas, principalmente, no mercado de embalagens em geral.
O especialista destacou que o Brasil é o 5º maior gerador de resíduos do mundo. “Nós estamos caminhando na questão da reciclagem, quando comparamos aos níveis globais”, lamentou. “Precisamos ter um parque industrial de reciclagem muito mais avançado que outros países. Nossa população, muito maior que outros países, também precisa de uma estrutura maior para reciclagem de resíduos”, avaliou.
Com o novo decreto, fica estabelecido que os verificadores independentes que já operam regularmente poderão manter suas atividades, agora como Verificadores de Resultados. Pioneira na verificação de resultados no país, a Central de Custódia, que é participante do Pacto Global das Nações Unidas, cumpre as especificações do novo decreto desde a sua fundação. “Somos um verificador consolidado não apenas junto ao Ministério do Meio Ambiente, como também junto à Serpro, empresa pública de tecnologia da informação. Também já disponibilizamos, desde o ano passado, um login de acesso ao sistema pelo MMA, o que agora se tornou uma obrigatoriedade, sendo um dos critérios de homologação estabelecidos pela nova legislação”, finaliza Bernardes.
O especialista destacou ainda que o decreto trouxe os prazos para adequação à nova realidade: 12 meses para empresas e 24 meses para catadores organizados, associações e cooperativas de catadores. “O Verificador de Resultados segue três passos: o primeiro é a validaação das notas fiscais, seguida de auditoria do conteúdo das notas fiscais e, por fim, auditoria documental das operadoras e entidades gestoras. Os dois primeiros passos são quantitativos, enquanto o terceiro passo é qualitativo”, explicou.
O diretor de Infraestrutura Logística do CIESP Jundiaí, Gilson Pichioli, também participou do encontro, demonstrando interesse em como instituições como o CIESP e as prefeituras podem contribuir com o processo de logística reversa.
Bernardes explicou que a responsabilidade deve ser compartilhada. “Ou seja, não é só da indústria. As prefeituras e entidades podem e devem incentivar a coleta celetiva e promover educação ambiental para conscientizar a população sobre a importância de descartar os resíduos corretamente”, explicou.
Marcelo Souza avaliou que, ao invés de discutirmos o tema logística reversa, seria melhor para o meio ambiente se o mundo avaliasse a redução das embalagens. “Temos que investir em engenharia para redução de embalagens. Estamos discutindo logística reversa, mas deveríamos estar pensando em economia circular, novos designers de produtos e o uso cada vez menor de embalagens”, ponderou, anunciando que está planejando promover uma rodada de negócios verde, reunindo empresas que atuam nesta área com produtos e serviços.
Cíntia Souza – Assessoria de Comunicação – CIESP Jundiaí