Presidente do Ciesp defende redução paulatina da Selic
- Atualizado emRafael Cervone também lembra que, pela primeira vez no Brasil um governo começará com independência do Banco Central. ‘Trata-se de um avanço a ser mantido, mas com abertura permanente para o diálogo’
Ao comentar a última reunião do Copom em 2022, a ser encerrada nesta quarta-feira (7/12), Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), defendeu o início de um processo paulatino de redução da Selic. “Com a inflação em clara tendência de arrefecimento, não se justifica mais a taxa em patamares tão altos como o atual, de 13,75% ao ano”, pondera.
Cervone afirmou ser necessário estabelecer um ambiente de negócios mais propício e retomar o crescimento do PIB em níveis mais elevados, com estímulo aos investimentos e à criação de empregos em larga escala. “São essas as nossas prioridades neste momento. Por isso, sugerimos que se realizem, logo no primeiro ano do novo Governo Federal e Legislatura do Congresso Nacional, as reformas tributária e administrativa, importantes para que tenhamos estabilidade e fundamentos econômicos mais consistentes”.
Para o presidente do Ciesp, as reformas estruturais são um dos principais desafios do Executivo e do Parlamento no ano novo. “Precisamos de um plano econômico eficaz, com planejamento e menos dependente de estratégias monetárias improvisadas de manejo pontual de juros, que são responsáveis por 6,1% do aumento médio dos preços dos produtos brasileiros, conforme revelou estudo do Ciesp e da Fiesp”, acentuou, ponderando: “Depois de quatro décadas de baixo crescimento, nosso país necessita de uma política efetiva de desenvolvimento sustentado”.
Segundo Cervone, também será importante manter a independência do Banco Central, que considera um avanço na legislação, conforme já sinalizou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. “Obviamente, esperamos haver um permanente canal de diálogo, para que as políticas monetária e econômica sejam intercomplementares, com foco na retomada do crescimento em níveis mais expressivos, controle da inflação, melhoria do ambiente de negócios, atração de investimentos e criação de empregos”.