Você esta usando um navegador desatualizado. Para uma experiência de navegação mais rápida e segura, atualize gratuitamente hoje mesmo.
  • calendar_month
  • update
  • share Compartilhe

Presidente do Ciesp, Rafael Cervone, destacou preocupação com possível aumento da alíquota do IVA devido à exceções na Reforma Tributária 29/08/2024 – Cerca de 130 empresários participaram na manhã desta quinta (29) do evento CNN Talks “O Futuro da Indústria na Visão do Setor Privado” , organizado em conjunto pelas entidades representativas da indústria: Fiesp, Ciesp, Firjan e CNI . O encontro que aconteceu no Solar Fábio Prado em São Paulo, foi mediado pelo analisra de economia da rede CNN Brasil Fernando Nakagawa e faz parte de uma série de seis eventos para discutir a indústria no país, com a meta de fomentar um debate verdadeiro, profundo e eclético entre o setor e a sociedade. O evento colocou em pauta temas como “Potencialidades da Indústria Brasileira”, “Políticas Públicas para o Setor Industrial” e o recém-lançado “Plano Nova Indústria Brasil”. Durante a abertura do evento, o presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, defendeu uma “educação transformadora” para o país e ressaltou a importância de o Brasil ter um projeto de longo prazo para o setor industrial. Ele avalia que o país tem perdido “janelas de oportunidade” ao não trabalhar esta pauta com o engajamento necessário. “Estamos perdendo janelas de oportunidade e precisamos mudar o nosso mindset, precisamos ser mais ousados. Não podemos nos contentar com a ideia de que o ‘ótimo é inimigo do bom’. Olha a nossa reforma tributária, que devido aos ‘puxadinhos’, agora já tem previsão de uma alíquota beirando os 30%”, disse Cervone. Cálculos baseados nas alterações propostas pela Câmara dos Deputados durante a regulamentação da reforma apontam para um aumento no Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), que poderá chegar a 27,97%, tornando o Brasil o país com o imposto sobre consumo mais alto do mundo numa lista de 170 países que usam taxação parecida. O texto original da reforma previa uma alíquota de 26,5%. “A indústria tem feito muito, mas isso já não é o suficiente”, afirmou. Rafael Cervone Imagem: divulgação CNN No mesmo sentido, o diretor de desenvolvimento industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Rafael Lucchesi, disse que a falta de discussão sobre a indústria no país representa uma inércia que aumenta o empobrecimento da população e o processo de desindustrialização. “Temos que pensar com mais ousadia, mas sempre fazendo a lição de casa, que é a de refletir sobre a taxa de juros e sobre a alta carga tributária para, sobretudo pela indústria”, disse Lucchesi. O representante da CNI ainda destacou que o Brasil tem spread bancário de 31%, sendo que há estudos apontando que este indicador poderia estar em 8%. Ele ainda comparou o Brasil com o Peru, país vizinho que tem spread de 7%. O spread bancário é a diferença entre a taxa de juros que um banco paga aos seus clientes pelos recursos que capta, como em poupanças ou investimentos, e a taxa de juros que ele cobra dos mesmos clientes ao emprestar dinheiro em linhas de financiamento, por exemplo. Perenidade e combustível verde Já o presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Marco Saltini, evidenciou o fato de o Brasil ter um potencial grande de desenvolvimento na área de biocombustíveis. De acordo com ela, é inevitável lembrar da perenidade do Plano Safra, que funciona bem para o agro desde 2003. “Concordo com o Cervone, quando falamos na necessidade de previsibilidade e continuidade nas políticas. É fundamental que o setor industrial seja ouvido para que a gente possa fazer uma transformação de longo prazo”, disse Saltini. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, usou dados levantados pelo setor de economia para dizer que o Brasil “não terá futuro”, se valer mais a pena viver de renda do que produzir. Ele também destacou o tema da educação e do potencial para a transição energética que o país tem. “O Brasil pode ser a maior potência de produção de energia verde do planeta. Nós temos hoje uma matriz energética com 200 gigabytes, das quais cerca de 50 gigabytes vêm da energia eólica e solar e nós mal começamos a arranhar o potencial de solar e eólica que temos no país”, disse Gomes.