*Maurício Colin Sou empresário há muitos anos. Acostumei-me com crises, impostos, burocracia. Com os desafios de produzir, gerar empregos e investir mesmo sem incentivos. Mas agora, o que mais pesa é o desânimo. E não é medo. É o excesso de obrigações, a imprevisibilidade das regras e uma Justiça do Trabalho que, muitas vezes, trata o empreendedor como culpado. Veja o que enfrentamos hoje: Licenças obrigatórias sem contrapartida – como a ampliação da licença-paternidade Jornada reduzida com salário integral – mais custo, menos produtividade Treinamento comportamental (NR-01) – somos responsáveis até pelo “comportamento organizacional” dos colaboradores. Sem estrutura, sem apoio, com risco jurídico Ações trabalhistas subjetivas – cumprir a lei não basta. Basta a sensação de descuido para sermos condenados E até licença-maternidade por vínculo com uma boneca hiper-realista (bebê reborn) – sim, isso já chegou à Justiça! Tudo isso recai sobre quem tenta gerar empregos, inovar, investir e manter a roda girando. O resultado? Desânimo. Medo. Insegurança para investir, contratar, crescer. Mesmo sabendo que empresários em outros países também enfrentam desafios, o que diferencia o Brasil é essa combinação pesada de: Obrigações legais crescentes Insegurança jurídica permanente Ausência de contrapartidas mínimas Aqui, além de produzir, o empresário precisa sustentar um sistema que o suga sem previsibilidade, sem apoio e sem incentivo. Precisamos falar com franqueza sobre: Segurança jurídica Respeito a quem produz Incentivo à formalização Se nada mudar, veremos mais empresários desanimados – e mais empregos sumindo. *Maurício Colin , engenheiro industrial e empresário, é o diretor titular do CIESP Guarulhos