Você esta usando um navegador desatualizado. Para uma experiência de navegação mais rápida e segura, atualize gratuitamente hoje mesmo.
  • calendar_month
  • update
  • share Compartilhe

Sem crédito, não há crescimento: O dilema da indústria nacional Um dos desafios para a indústria é encontrar acesso a crédito, o que impacta na modernização das fábricas e, consequentemente, em sua expansão. Isso é mais árduo para as micro e pequenas empresas, que são esmagadas pela burocracia e excesso de exigências para obter financiamento. Em número reais, no Brasil, sete em cada microempresas esbarram em dificuldades para obter linhas de crédito. O dado foi divulgado durante o 16º Congresso MPI: Caminhos Inovadores para o Acesso ao Crédito, realizado recentemente pelo CIESP e pela FIESP. Para chegar ao percentual de 67,5% das micro, pequenas e médias empresas que tem alguma dificuldade no acesso ao crédito, foram consideradas as linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Fundação de Estudos e Projetos (Finep). Entre as principais razões apontadas pelos empresários para não conseguir acessar os créditos estão os requisitos excessivos para a aprovação, excesso de burocracia e exigência de garantias elevadas. Os números apresentados pela pesquisa são apenas uma amostra da dificuldade enfrentada pelas empresas, que dependem de crédito para continuar suas operações e melhorar seus produtos. Em nossa região a maior parte do parque fabril é formado por fábricas de pequeno porte, muitas vezes negócios familiares que se mantém em atividade por ano a fio e são uma referência. Contudo, a que custo? Se para grandes empresas é difícil acompanhar as constantes mudanças nas áreas tributárias e financeiras, o que dizer das pequenas, que operam com equipes enxutas e empresários que acumulam múltiplas funções? Termos como Indústria 4.0, ESG (Meio ambiente, Social e Governança), ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) já não são mais diferenciais, mas exigências do mercado. A pressão por inovação, eficiência e sustentabilidade cresce a cada dia. No entanto, como atender a essas demandas sem recursos financeiros adequados? Automatizar processos, adotar fontes renováveis de energia e otimizar operações dependem de investimento. Por isso, as linhas de crédito, especialmente das agências públicas de fomento são essenciais para os pequenos empresários. Vale destacar que a maior parte dos recursos do BNDES vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), responsável por 57,5% do total. Esses recursos são oriundos das contribuições feitas pelas empresas, o que significa que, quanto maior o nível de emprego e produção, maior a arrecadação do FAT e, consequentemente, os recursos disponíveis no BNDES. Se uma indústria consegue ampliar sua produção por meio de crédito, ela também gera mais empregos, o que contribui para o crescimento da economia. No entanto, se quase 70% das pequenas e médias indústrias não conseguem acessar esse financiamento, é evidente que há algo errado no sistema. Para reverter essa situação, é fundamental simplificar o acesso ao crédito, divulgar claramente as regras e ser transparente com os empresários. Eles são os responsáveis por manter a economia em movimento, e é essencial que tenham acesso às ferramentas necessárias para prosperar. José Francisco Caseiro é diretor do Sistema Fiesp/Ciesp no Alto Tietê