Seca atinge Canal do Panamá e preocupa mercado global
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O Panamá está agora no meio de sua estação de chuvas. Porém, mesmo sendo um dos países mais chuvosos do mundo, esta é uma das estações mais secas já registradas.
No Canal do Panamá, onde a água doce é a força vital para o funcionamento das eclusas, a falta de chuvas abundantes tem levado a níveis de água mais baixos e colocado um aperto numa artéria crítica da navegação internacional: as autoridades do Canal chegaram a impor restrições ao peso dos navios e ao tráfego diário.
Embora o impacto direto para fabricantes, varejistas e consumidores dos Estados Unidos pareça ser mínimo neste momento, o potencial para mais limitações está crescendo.
Esse é mais um exemplo de uma via fluvial afetada pelas condições meteorológicas causando atrasos no fluxo de mercadorias essenciais — como os níveis mais baixos do rio Reno e do poderoso Mississippi, ou os ventos fortes e a tempestade de areia responsável pelo encalhe do enorme navio Ever Given no Canal de Suez há dois anos.
Quer seja devido ao clima, às condições meteorológicas, à geopolítica ou a qualquer outra circunstância imprevista, qualquer aumento nos pontos de estrangulamento marítimo pode significar problemas para as redes globais de abastecimento, que têm funcionado muito melhor desde as convulsões da era pandêmica.
Pouca água
O Canal do Panamá depende da água doce dos lagos vizinhos. Um sistema de eclusas utiliza enormes quantidades de água — pelo menos 50 milhões de galões, ou 190 milhões de litros — para fazer cada embarcação flutuar através do canal.
Normalmente, nesta época do ano, os níveis dos lagos estão aumentando. No entanto, a precipitação no Panamá nesta primavera e no verão foi a mais baixa desde o início do século, disse Jon Davis, meteorologista-chefe da Everstream Analytics.