O que é bexiga hiperativa e como tratar? - Taubaté

O que é bexiga hiperativa e como tratar?

A bexiga hiperativa é um sintoma no trato urinário que pode ser prejudicial para a qualidade de vida das pessoas

Bexiga hiperativa

Embora não seja considerada uma doença, a bexiga hiperativa (BH) é um conjunto de sintomas urinários que podem ser prejudiciais para o dia dia e a qualidade de vida.

O que é a bexiga hiperativa?

A Sociedade Internacional de Continência define que bexiga hiperativa (BH) — ou Síndrome da Bexiga Hiperativa e, ainda, chamada popularmente de bexiga nervosa, — é aquela que se manifesta através de sintomas como urgência urinária, com ou sem incontinência de urgência.

Geralmente, esses sintomas estão associados ao aumento na frequência das micções e à ocorrência de nictúria, sem que haja uma causa local ou metabólica identificável.

As contrações involuntárias são mais intensas do que o normal e ocorrem mesmo quando a bexiga não está cheia, o que leva a uma necessidade urgente e súbita de urinar.

Isso pode afetar a qualidade de vida de uma pessoa, visto que é uma situação embaraçosa e capaz de limitar atividades diárias.

Qual a diferença entre bexiga hiperativa e incontinência urinária?

A bexiga hiperativa e a incontinência urinária são duas condições relacionadas ao sistema urinário, mas são distintas em seus sintomas e características.

A BHé uma síndrome caracterizada por sintomas como urgência urinária, frequência urinária aumentada e, muitas vezes, nictúria (necessidade de urinar durante a noite).

Por outro lado, a incontinência é uma condição em que ocorre a perda involuntária de urina. Ela pode ser causada por várias razões, e BH é apenas uma das possíveis causas da incontinência urinária.

Ou seja, nem todas as pessoas com BH tem necessariamente a incontinência, e nem todas as pessoas com incontinência têm esse problema.

Qual a causa da bexiga hiperativa?

Segundo a Urology Care Foundation, entre as razões para o desenvolvimento da bexiga nervosa estão:

  • Distúrbios neurológicos ou danos aos sinais entre o cérebro e a bexiga;
  • Mudanças hormonais;
  • Fraqueza ou espasmos musculares pélvicos;
  • Uma infecção do trato urinário;
  • Efeitos colaterais de um medicamento;
  • Doenças que afetam o cérebro ou a medula espinhal, como acidente vascular cerebral e esclerose múltipla.

Embora a prevalência atinja mais de 30% dos indivíduos com mais de 75 anos de idade, isso não significa que ela seja sinônimo de idade avançada.

Sintomas de bexiga hiperativa

O principal sintoma de BH é uma sensação intensa e súbita de necessidade urgente de urinar, muitas vezes acompanhada de desconforto ou pressão na região da bexiga.

Outros sintomas associados são:

  • Frequência urinária aumentada: pessoas com BH frequentemente urinam com mais frequência do que o normal, podendo urinar várias vezes ao longo do dia e da noite;
  • Incontinência urinária de urgência: a urgência urinária pode levar à incontinência de urgência, que é a perda involuntária de urina antes de conseguir chegar ao banheiro. Isso pode ser embaraçoso e afetar significativamente a qualidade de vida;
  • Nictúria: aquela necessidade de acordar durante a noite para urinar, o que pode perturbar o sono;
  • Incontinência mista: em alguns casos, BH pode ocorrer juntamente com outros tipos de incontinência urinária, como a incontinência de esforço, onde a urina é perdida durante atividades físicas ou esforço;
  • Dificuldade em esvaziar a bexiga: essa dificuldade pode, inclusive, levar a infecções do trato urinário.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da bexiga hiperativa é principalmente baseado na avaliação clínica. Além de conversar com o paciente sobre seus sintomas (anamnese), o médico pode usar registro de micções, exames laboratoriais e de imagem, bem como a avaliação urodinâmica.

Durante a avaliação inicial, é crucial reunir informações que descartem outras possíveis causas dos sintomas, que não estejam relacionadas à bexiga nervosa.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, para distinguir a BH da infecção urinária, por exemplo, o paciente deve submeter-se a testes clínicos simples, como o Exame de Urina Tipo I (EAS) e a cultura de urina, a fim de descartar a presença de Infecção do Trato Urinário (ITU).

Se os resultados desses exames forem negativos para ITU e os sintomas de urgência urinária persistirem, então o diagnóstico dessa síndrome poderá ser confirmado.

Tratamento para bexiga hiperativa

Existem maneiras de tratar essa disfunção miccional de acordo com a Associação Americana de Urologia, mas todas dependem de acompanhamento médico especializado.

Os tratamentos conservadores geralmente são a primeira abordagem: eles incluem medicação oral, reabilitação do assoalho pélvico e terapia comportamental.

O objetivo do tratamento para a bexiga hiperativa é prolongar o intervalo entre as micções e reduzir a urgência urinária.

Outra opção terapêutica é o uso de medicamentos. Os agentes anticolinérgicos atuam nos receptores muscarínicos, inibindo as contrações do detrusor e são os medicamentos mais comumente prescritos para a BH.

Quando os tratamentos mencionados anteriormente não produzem melhorias, podem ser consideradas outras opções, como a estimulação elétrica do nervo tibial, a aplicação da toxina botulínica tipo A e a neuromodulação sacral.

A cirurgia é considerada como último recurso. Ela tem como objetivo aumentar a capacidade da bexiga por meio de uma cistoplastia com segmento intestinal de íleo detubulizado.