Satã-2: míssil russo cruza continente e pode atacar qualquer lugar do mundo
- Atualizado emO míssil hipersônico RS-18 Sarmat acoplado em uma base militar russa
A Rússia anunciouna sexta-feira (1) que o míssil balístico intercontinental RS-28 Sarmat, chamado informalmente no Ocidente de Satã-2, entrou em serviço.
Desenvolvido como sucessor do R-36M, conhecido como Satã — o que justifica sua denominação —, o míssil teria todos os seus componentes fabricados na Rússia, segundo o presidente Vladimir Putin. Testado oficialmente no ano passado, ele seria capaz de atravessar continentes inteiros e atingir um alvo em quase qualquer lugar do mundo.
O que se sabe sobre o Satã 2
- É um míssil balístico intercontinental: arma feita para transportar ogivas nucleares em distâncias que superam 18.000 km, ou seja, pensada para cruzar continentes inteiros e atingir um alvo em quase qualquer lugar do mundo, sem que possa ser detida por qualquer escudo antimíssil existente. Esse tipo de dispositivo ar-terra faz manobras verticais e horizontais, além de superar a velocidade do som.
- Foi projetado para substituir o R-36M, conhecido como Satã, dos anos 1970 — daí vem a denominação Satã 2. Míssil começou a ser desenvolvido em 2009, segundo o site Military Today.
- Pesa mais de 200 toneladas e pode levar de 10 a 15 ogivas nucleares — entre 350 quilotons e 800 quilotons. Com uma capacidade de carga útil de cerca de dez toneladas, tem 35,5 m de comprimento e 3 m de diâmetro.
Míssil intercontinental da Rússia
- Modelo pode carregar alguns tipos diferentes de armamentos: dez mísseis MIRVs com potência de explosão de 750 quilotons cada, 16 MIRVs menores ou 24 mísseis hipersônicos Avangard.
- Tem um sistema autônomo de navegação, que permite um voo de 18 mil quilômetros. Também de acordo com o Military Today, o míssil tem uma autonomia de pelo menos 11 mil quilômetros, sendo provável que, com a carga útil reduzida, o número seja ainda maior.
A Rússia anunciou que realizou com sucesso o primeiro teste do míssil em abril de 2022. Putin apresentou a arma em março de 2018, durante um discurso sobre o Estado da Nação, o que muitos analistas políticos interpretaram como o início de uma nova corrida armamentista.