Indústria, Biodiversidade e Governança: Um Chamado à Ação na 3ª Edição do ESG na Indústria - São Bernardo do Campo

Indústria, Biodiversidade e Governança: Um Chamado à Ação na 3ª Edição do ESG na Indústria

No dia 13 de novembro, realizamos a 3ª edição do evento ESG na Indústria, que aconteceu no auditório J da FEI – Faculdade de Engenharia Industrial, no campus de São Bernardo do Campo. O evento foi dividido em quatro painéis. a abertura foi realizada pelo Diretor Titular do CIESP SBC, Mauro Miaguti; o Diretor do Grupo ESG Vitor Seravalli e pelo Prof. Dr. Ricardo Belchior Torres,  Vice-Reitor de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)

No primeiro, o encarregado de ESG da B. Grob do Brasil, Thiago Rodrigues Campos da Silva, apresentou o compromisso da empresa com a preservação do meio ambiente e a promoção da diversidade, abraçando os conceitos de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança). Todas as plantas da empresa trabalham para alcançar objetivos sustentáveis em todas as operações.

O segundo painel contou com Aline Perez, Diretora de Engajamento Corporativo para a América Latina da TNC (The Nature Conservancy), que atua no Brasil desde 1988 com o propósito de proteger terras e águas, fomentar cadeias produtivas livres de desmatamento e fortalecer políticas públicas voltadas à conservação e aos direitos de povos originários e comunidades tradicionais.

Aline Perez enfatizou que, na visão da TNC, estamos enfrentando os maiores e mais complexos desafios de nossas vidas, o que exige nossos maiores e mais ambiciosos planos – para as pessoas e para a natureza. Ela trouxe dados preocupantes sobre a perda acelerada de biodiversidade: desde 1970, houve um declínio médio de quase 70% de aves, anfíbios, mamíferos, peixes e répteis em todo o mundo. “Enfrentamos uma crise de biodiversidade e uma crise climática – e, para a TNC, abordar ambas é fundamental para cumprir a missão a que se propõe”, explicou. A palestrante também destacou a importância de o Brasil oferecer incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas que atuem em prol das causas ambientais, enfatizando que o objetivo não é conter o desenvolvimento econômico, mas sim encontrar mecanismos que não agridam a natureza, as comunidades tradicionais e a biodiversidade. “O trabalho é complexo e é preciso propor mudanças sistêmicas. Estamos todos conectados, e é importante que os impactos de cada ação sejam entendidos, além de pensar em como contribuir para além da própria cadeia produtiva.”

O terceiro painel contou com a palestra de Tarcila Ursini, embaixadora da Climate Governance Initiative pelo Fórum Econômico Mundial, conselheira independente da Korin, Lwart e Movida, e uma das 16 mulheres eleitas pela Revista Forbes como destaque em conselhos nos setores de Agro e Alimentos no Brasil.

Ela destacou que, olhando para o futuro, o Brasil está bem posicionado para se tornar um facilitador global de soluções de descarbonização em escala e tem uma oportunidade única de liderar a transformação verde. Como justificativa, ela explicou que temos a maior biodiversidade do planeta, o maior aquífero do mundo e um enorme potencial de energia renovável, através da utilização de biomassa e recuperação de pastagens, o que posiciona o país como um grande player na alimentação global. Porém, para ocupar esse lugar de destaque, serão necessárias ações inteligentes e eficientes, como a agricultura regenerativa.

De acordo com Tarcila Ursini, estamos vivendo um momento de transição e enfrentando uma grande batalha de forças: “Quando o trabalho escravo foi proibido, por exemplo, assistimos a esse tipo de luta de forças. Nesta mudança de era, veremos muitas questões complexas. Estamos passando por um desafio evolutivo em que a conta não fecha; é preciso mudar o padrão de consumo, deixar de olhar para o meio ambiente como um recurso infinito e encarar que a sustentabilidade é um caminho sem volta.”

Encerrando o evento, Ana Manssour, idealizadora do Verbo Mulher, apresentou uma contextualização sobre saúde mental, sua definição pela OMS, posicionamento entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a relação com ESG. Trouxe números de duas pesquisas globais sobre saúde mental no mundo e a posição do Brasil no ranking mundial e lançou os primeiros passos da pesquisa sobre Saúde Mental na Indústria do ABC, que será promovida pelo CIESP SBC.