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Mesmo com leve retração em setembro, saldo acumulado demonstra força dos setores de serviços e indústria

A região de São João da Boa Vista acumula, em 2025, 5.942 novos empregos com carteira assinada, conforme dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho. Apesar da leve retração de 21 vagas em setembro, o resultado positivo em seis dos nove meses do ano reforça a resiliência do mercado de trabalho regional, mesmo diante das variações sazonais em setores como o agronegócio.

O levantamento considera a diferença entre contratações e demissões em sete municípios da região: Aguaí, Casa Branca, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo e Vargem Grande do Sul. Os dados são coletados junto às empresas e abrangem apenas o setor privado com carteira assinada, ou seja, não incluem empregos informais.

O setor de serviços foi o principal destaque do mês, com saldo positivo de 502 vagas (2.305 admissões e 1.803 desligamentos), seguido pela indústria, que também apresentou desempenho favorável, com 191 novos postos de trabalho, compensando parcialmente as perdas registradas na agropecuária (-661 vagas), setor que tradicionalmente apresenta retração no período de entressafra.

O cenário internacional também pode influenciar diretamente o ritmo da economia regional. A recente reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, na Malásia, trouxe discussões relevantes sobre tarifas e comércio exterior, que podem gerar reflexos na geração de empregos.

“A possível redução de taxas sobre produtos como café e carne tende a favorecer exportações e aquecer setores estratégicos da nossa economia, impactando positivamente a indústria e o agronegócio na região”, avaliou Adriano Alvarez, vice-diretor regional do Ciesp São João da Boa Vista.

Segundo ele, outro ponto importante é a negociação envolvendo o fornecimento de óleo diesel. “Com a possibilidade de o Brasil ampliar a compra de óleo diesel norte-americano, há reflexos esperados também no custo do frete interno, o que pode beneficiar a competitividade das empresas locais”, acrescentou.

Para o vice-diretor do Ciesp, as perspectivas para os próximos meses seguem positivas. “Se confirmadas as reduções de tarifas e o reaquecimento do comércio exterior, especialmente com os Estados Unidos e Argentina, podemos observar uma retomada mais acelerada do emprego industrial e agrícola, ao menos amenizando o saldo negativo do último trimestre do ano, tradicionalmente observado nos últimos três anos na região”, concluiu.

Cidades

Espírito Santo do Pinhal lidera o ranking de geração de empregos na região, com saldo de 414 postos de trabalho em setembro. Na cidade houve 1.781 admissões ante 1.367 demissões. O  resultado veio principalmente do setor de serviços, que contratou 343 pessoas, seguido pela indústria com 58 contratações.

Em segundo lugar, veio São João da Boa Vista, que abriu 77 postos de trabalho no último mês, com destaque para os setores de serviços com 59 novos empregos e indústria com 24, mantendo trajetória de crescimento consistente. Em setembro, foram 999 contratações e 922 desligamentos.

Aguaí vem na sequência com 75 novos empregos formais. O número representa um aumento de 102% comparado a setembro de 2024, quando foram abertos 35 postos de trabalho com carteira assinada. No último mês, as empresas da cidade contrataram 461 trabalhadores e demitiram 386.

Casa Branca aparece em quarto lugar com o número de demissões no agronegócio (-24) compensado pelas contratações na indústria (19), serviços (19), construção (6) e comércio (2). No total, houve 336 admissões na cidade e 314 demissões, gerando um saldo de 22 novos postos de trabalho.

E Mococa, por fim, foi a última cidade do ranking a ter saldo positivo na geração de empregos em setembro: gerou 18 postos de trabalho, com 803 contratações e 785 desligamentos. O resultado foi puxado pelo comércio com 33 novos empregos e pela estabilidade nos demais segmentos.

Vargem Grande do Sul e São José do Rio Pardo tiveram saldo negativo de empregos no mês de setembro, com mais demissões do que contratações. Em Vargem Grande, o registro foi de 311 contratações e 428 demissões, o que significa que foram fechados 117 postos de trabalho. Os setores do agronegócio (-107), comércio (-30) e construção (-5) foram os responsáveis por derrubar o saldo. Já em Rio Pardo foram 647 admissões ante 1.157 demissões, com saldo de -510 empregos formais, resultado influenciado principalmente pelo agronegócio (-551). A indústria (44) e o setor de serviços (58) amenizaram o cenário.