Sete municípios da região fecharam, juntos, 291 postos de trabalho, aponta Caged Sete municípios da região encerraram juntos 291 postos de trabalho em março, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado representa uma queda expressiva em relação a fevereiro, quando foram gerados 1.194 empregos formais. Apesar do recuo, o primeiro trimestre do ano ainda acumula um saldo positivo de 848 vagas com carteira assinada. O levantamento considera a diferença entre contratações e demissões nos municípios de Aguaí, Casa Branca, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo e Vargem Grande do Sul. Os dados são coletados junto às empresas e abrangem apenas o setor privado com carteira assinada – ou seja, não incluem empregos informais. Os setores de serviços e agronegócio puxaram o saldo para baixo em março, enquanto a indústria manteve desempenho positivo, mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo mercado. Este foi o segundo mês do ano com saldo negativo de empregos. Em janeiro, haviam sido fechados 55 postos na região. Para o vice-diretor do Ciesp São João da Boa Vista, Adriano Fontão Alvarez, o cenário é reflexo direto da alta dos juros, que encarece o crédito e dificulta investimentos . “Hoje, o principal entrave é o custo de acesso ao dinheiro. Com os juros altos, manter equipamentos financiados ou investir em novos se tornou um desafio. Isso afeta não só a indústria, mas também o setor agrícola, que tem peso importante na nossa região. As empresas do campo enfrentam dificuldades para financiar máquinas, e os clientes, por sua vez, não se sentem seguros para assumir dívidas com essas taxas elevadas. O resultado é um efeito em cadeia, agravado pela sazonalidade do agronegócio.” Segundo ele, a instabilidade fiscal do governo federal contribui para esse cenário. “A área fiscal preocupa o mercado como um todo, e isso limita a atuação do Banco Central na redução dos juros. Enquanto os gastos públicos estiverem elevados, será difícil viabilizar cortes significativos nas taxas, o que penaliza diretamente estados, municípios e, principalmente, o setor produtivo”, avalia. A expectativa para os próximos meses, no entanto, é de retomada gradual. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher 330 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25. O bom desempenho do agronegócio pode impulsionar outros setores da economia, especialmente em regiões com forte vocação agrícola, como a de São João da Boa Vista, ajudando a reverter o cenário de retração e a fomentar novas oportunidades de emprego. Cidades São José do Rio Pardo segue na liderança do ranking de geração de empregos na região, com a abertura de 204 postos de trabalho. Na cidade, outra vez, o resultado veio do agronegócio, que contratou 234 profissionais com carteira assinada em março. Em segundo lugar, veio Aguaí, que abriu 88 postos de trabalho no terceiro mês do ano, número notável, especialmente considerando que é a cidade com o menor número de habitantes (32 mil) entre as sete do levantamento. O setor industrial puxou o saldo positivo, com 52 novos empregos no mês. São João da Boa Vista vem na sequência com 64 novos empregos formais. O número é bastante interessante, especialmente comparado a março de 2024, quando foram fechados 275 postos de trabalho com carteira assinada. E Casa Branca, por fim, foi a última cidade do ranking a ter saldo positivo na geração de empregos em março: com o número de demissões no comércio e no setor de serviços compensado pelo de contratações no agronegócio e na indústria, a cidade gerou seis novos postos de trabalho. Espírito Santo do Pinhal, Mococa e Vargem Grande do Sul tiveram saldo negativo de empregos no terceiro mês do ano, com mais demissões do que contratações, evidenciando o recuo do mercado. Em Pinhal, foram fechados 405 postos de trabalho, número puxado pelo setor de serviços; Mococa teve saldo de -241 empregos formais, com mais demissões no agronegócio; e Vargem teve saldo de -7, com desligamentos no comércio e na indústria.