Ciesp e Conselho Superior Feminino da Fiesp querem ampliar participação das mulheres nas fábricas - São João

Ciesp e Conselho Superior Feminino da Fiesp querem ampliar participação das mulheres nas fábricas

Durante seminário, case que capacitou 29 mulheres em São José dos Campos foi apresentado; São Carlos e Americana também já aderiram ao programa

O Conselho Superior Feminino da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) anunciaram durante um seminário no último dia 08, Dia Internacional da Mulher, planos para ampliar o programa “Elas na Indústria” pelo interior do estado de São Paulo. As regionais do Ciesp em São José dos Campos, São Carlos e Americana já aderiram ao programa.

Durante o seminário, a especialista em projetos de responsabilidade social do Ciesp, Claudia Saka, disse que o objetivo do programa “Elas na Indústria” é ampliar o número de mulheres no setor industrial e sensibilizar empresários e líderes sobre os benefícios econômicos e sociais da equidade de gênero para a sustentabilidade dos negócios.

De acordo com Claudia, o “Elas na Indústria” trabalha com três eixos distintos: “Mulheres na Liderança”, “Mulheres à Frente do Negócio” e “Mulheres na Operação”.

“O Ciesp possui 42 regionais no Estado de São Paulo. Com o ‘Mulheres na Operação’, por exemplo, o nosso intuito é envolver o interior de São Paulo para poder incluir mais mulheres no processo produtivo industrial em todo o estado. Nós fazemos o mapeamento da vocação econômica regional, oferecemos a capacitação para as mulheres, além de eventos temáticos, treinamentos e parcerias com as empresas locais para a geração de vagas”, disse Claudia.

O “Elas na Indústria” oferece mentorias para mulheres participantes, enquanto as regionais do Ciesp promovem a capacitação em parceria com as unidades locais do Senai, Sebrae e do Sesi.

Case de São José dos Campos

Durante o seminário, a diretora regional do Ciesp de São José dos Campos, Alexandra Gioso, que se tornou vice-presidente do Confem da Fiesp em 2023, apresentou o case que capacitou 29 mulheres no ano passado, todas residentes em São José dos Campos e Caçapava. O projeto, inédito na região do Vale do Paraíba, trouxe formação à mão de obra feminina para a posição de inspetora de qualidade, com alto índice de contratação ao final do curso.

Além de viver numa das duas cidades, os pré-requisitos eram que as candidatas estivessem desempregadas, que fossem maiores de 18 anos e que possuíssem o Ensino Médio Completo. “Nós identificamos essa necessidade de aumentar a quantidade de mulheres capacitadas para a operação na indústria e foi assim que a gente lançou, em abril do ano passado, o ‘Elas na Indústria Vale’, que teve 315 mulheres inscritas para o processo seletivo”, disse Alexandra.

A diretora afirmou ainda que a parceria com as empresas foi essencial para a organização da capacitação. Todas as participantes receberam vale-transporte e vale alimentação e puderam visitar a linha de produção de algumas fábricas.

Foram 300 horas de curso, incluindo workshop sobre habilidades comportamentais (soft skills).

A diretoria da regional já prepara a nova edição do programa para 2024, com cinco vezes mais vagas e a ampliação do alcance para candidatas que morem no município vizinho de Jacareí.
“É claro que cada região terá as suas próprias características, mas estamos sempre à disposição para a troca de experiências”, disse Alexandra.

Dados levantados pelo Ciesp apontam que hoje um a cada quatro postos de trabalho na indústria são ocupados por mulheres.

A presidente do Confem, Marta Lívia Suplicy, afirmou que todos os cases apresentados no seminário, como o de São José dos Campos, indicam que é possível corrigir as dificuldades presentes e apontadas pelas próprias mulheres que vivem o dia a dia da indústria. “O papel incrível do ‘Elas na Indústria’ foi trazido muito bem nesses cases porque tudo é a evolução da ‘mesma caixinha’, com uma puxando a outra e com um olhar 360 graus que nós temos que ter devido à nossa posição. Se é para estarmos juntas, vamos estar na prática e não só nas hashtags”, disse Marta.