A balança comercial da região de São João da Boa Vista registrou superávit de US$ 331,6 milhões de janeiro a julho de 2025, de acordo com dados do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp. As exportações somaram US$ 434,2 milhões, representando um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações totalizaram US$ 102,6 milhões, com queda de 10,4% no comparativo interanual.
O desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor cafeeiro, que lidera a pauta de exportações da região. Entre os produtos mais exportados estão café, chá, mate e especiarias (73,8%), animais vivos (5,7%), produtos químicos inorgânicos (4,2%), máquinas e materiais elétricos (3,6%) e máquinas e instrumentos mecânicos (2,1%).
Nas importações, os destaques foram máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (31,8%), leite e laticínios; ovos de aves (20%), máquinas e materiais elétricos (13%), produtos hortícolas (6,1%) e plásticos e suas obras (4,8%).
No período analisado, os principais destinos das exportações da região foram Alemanha (24,7%), Estados Unidos (11,8%), Itália (10%), Argentina (8%) e Países Baixos (6,4%) . Por sua vez, as compras da regional tiveram como principais origens China (30,4%), Estados Unidos (17,9%), Argentina (10,3%), Alemanha (6,6%) e Uruguai (4,7%).
Para o vice-diretor regional do Ciesp, Adriano Alvarez, o desempenho da balança comercial demonstra a força da região no comércio internacional, que está se mantendo apesar das relações estremecidas entre Brasil e EUA. “O crescimento das exportações, aliado à redução das importações, fortalece a competitividade das nossas empresas. O café segue como protagonista, mas observamos também avanços importantes em setores como produtos químicos e maquinários, sinalizando uma diversificação saudável da nossa pauta exportadora”, analisa.
O Ciesp São João da Boa Vista reforça que continuará apoiando as empresas associadas na abertura de novos mercados, oferecendo suporte técnico, capacitação e articulação com compradores internacionais. “O superávit robusto registrado no acumulado do ano é um sinal de resiliência e competitividade, e vamos trabalhar para manter esse ritmo nos próximos meses, ainda que seja preciso buscar ampliar os destinos, o que, na verdade, é sempre muito desejável”,destaca Alvarez.
O levantamento considera dados de todos os municípios que integram a Diretoria Regional do Ciesp: Aguaí, Águas da Prata, Cajuru, Caconde, Casa Branca, Cássia dos Coqueiros, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Itobi, Mococa, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio do Jardim, São Sebastião da Grama, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, Tambaú, Tapiratiba e Vargem Grande do Sul.
Cidades
São José do Rio Pardo foi o município que teve o maior volume de exportações na região: US$ 175,1 milhões em 2025, um aumento de 171,27% em relação ao mesmo período de 2024, quando a cidade exportou US$ 64,9 mi. O valor das importações no período foi de US$ 8,8 milhões, o que gerou um superávit de US$ 166,3 milhões, representando um aumento de 182,95% na comparação interanual. Café, chá, mate e especiarias foram os principais produtos exportados (96,9%).
Em seguida, vem Espírito Santo do Pinhal, que exportou US$ 135 milhões em 2025. Apesar da queda de 9,5% nas exportações comparado a 2024, a cidade conseguiu manter saldo positivo de US$ 121,2 milhões, finalizando o período em superávit comercial. Os principais produtos enviados ao exterior foram café, chá, mate e especiarias (86,2%).
São João da Boa Vista registrou US$ 51,9 milhões em exportações neste ano, uma queda de 32,92% em relação aos sete primeiros meses de 2024, quando a cidade exportou US$ 77,4 mi. As importações também caíram e chegaram à casa dos US$ 11,6 milhões, o que leva o município a um superávit comercial de US$ 40,3 milhões. O ranking de exportação foi liderado por café, chá, mate e especiarias (50,3%), seguidos por produtos químicos inorgânicos (35,3%).
Santa Cruz das Palmeiras vem em quarto lugar no ranking regional, mantendo um desempenho estável, com exportações de US$ 24,6 milhões em 2025, um aumento de 1,85% no comparativo interanual, e importações de US$15,8 milhões. O superávit comercial de US$ 8,7 milhões cresceu 1,89% em relação ao mesmo período do ano passado. A cidade exportou apenas animais vivos.
Na sequência, veio Mococa, que exportou US$ 11 milhões neste ano, apresentando uma queda de 14,06% em relação a 2024. Mesmo com o aumento das importações, a cidade registrou superávit de US$ 6,2 milhões. Os principais produtos exportados foram café, chá, mate e especiarias (30,9%), seguidos por leite e laticínios; ovos de aves (22,7%) e preparações à base de cereais, farinhas e amidos (21,8%).
Santa Rosa de Viterbo teve superávit de US$ 196,8 mil na balança comercial, mesmo com uma queda de 29,72% nas exportações, totalizando US$ 9,5 milhões em produtos exportados nos sete primeiros meses deste ano, ocupando o sexto lugar no ranking regional. Produtos químicos orgânicos lideraram a lista de vendas internacionais no município (93,7%).
As exportações de Casa Branca cresceram 20,66%, em relação ao mesmo período de 2024, alcançando a marca de US$ 5,4 milhões de janeiro a julho deste ano. Contudo, nesse período, a cidade registrou um déficit comercial, já que importou US$ 6,5 mi. Plantas vivas e produtos de floricultura foram os principais produtos exportados (48,2%), seguidos de borracha (31,5%) e máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (14,8%).
Na mesma linha, Vargem Grande do Sul fechou o período com déficit comercial. A cidade exportou US$ 700 mil de janeiro a julho deste ano e importou US$ 5,6 milhões. Café, chá, mate e especiarias foram os produtos mais vendidos para o exterior (57,1%), seguidos de máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (28,6%).
Cajuru registrou, em 2025, exportações no valor de US$ 4,6 milhões, o que representa um crescimento de 18,90% em relação a 2024. O superávit comercial foi de US$ 3,3 milhões, e teve um crescimento de 25,2% comparado ao ano anterior. Os principais produtos exportados foram veículos automóveis e tratores (67,3%), máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (15,2%) e sementes e frutos oleaginosos (13%).
Por fim, Aguaí teve um aumento de 62,5% nas exportações em 2025, em relação ao mesmo período de 2024, exportando US$ 2,6 milhões neste ano. Apesar do número positivo, a cidade teve déficit de US$ 20,3 milhões na balança comercial de janeiro a julho. Os principais produtos exportados foram móveis, mobiliário médico-cirúrgico e colchões (46,2%), frutas (19,2%) e açúcares (15.4%).