Plástico: desafios da reciclagem na economia circular - Santo André

Plástico: desafios da reciclagem na economia circular

Como a coleta seletiva e a conscientização são fundamentais para o processo.

Um dos grandes desafios da indústria moderna é a reciclagem, principalmente do plástico e como conduzir o material na economia circular.

O mundo mudou. Com isso, as empresas têm que acompanhar essas mudanças e, cada vez mais rápido, trazer soluções que garantam uma economia mais sustentável.

Em 2022 o Brasil conseguiu reciclar praticamente 100% das latas de alumínio. Portanto, o país é recordista mundial nesse sentido. Por esse motivo, temos muito a comemorar, porém, o plástico ainda aparece, como o vilão e antagonista quando o assunto é a preservação do meio ambiente e sustentabilidade.

Devido a versatilidade e alto poder de armazenamento em diferentes esferas e maleabilidade, o plástico é altamente utilizado em todo o mundo. O material conseguiu solucionar muitos obstáculos enfrentados pelas indústrias para o armazenamento. Em contrapartida, não conseguiu, ainda, o mesmo sucesso no reaproveitamento.

Analogamente, essa grande variabilidade aumentou o consumo. Entretanto, essa velocidade não foi acompanhada pela inovação tecnológica, pelas indústrias, pela própria população ou autoridades competentes para acompanhar a reutilização.

Vale lembrar, portanto, que o plástico não chega sozinho até os oceanos e nem só o canudinho de antigamente é o vilão da contaminação com resíduos plásticos.

Avanços tecnológicos e conscientização facilitam o caminho para um método sustentável

A notícia boa é que, cada vez mais, é possível aumentar a produção de plástico reciclado pós-consumo, ou seja, material descartado em domicílios residenciais e empresariais — teve um incremento de 14,7% em 2021, superando a marca de mais de 1 milhão de toneladas no Brasil pela primeira vez.

Nesse mesmo sentido, o estudo mostra ainda que 23,4% dos resíduos plásticos pós-consumo foi reciclado. Essa análise foi encomendada pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PicPlast), uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e a Braskem.

Nesse interim, muitas indústrias investem em tecnologia, pesquisa e inovação para tornar a reutilização cada vez mais acessível e, nesse mesmo sentido, trabalham para diminuição dos custos.

Conforme a sustentabilidade é incluída na linha de produção e rotina das empresas, os resíduos gerados ficam mais controlados, gerenciados de forma responsável e incorporados em processos de logística reversa para minimizar o impacto ambiental.

 

Principais desafios da reciclagem do plástico

Entre os desafios que se encontram para a economia circular e aumentar o interesse da indústria na reciclagem do plástico, a carga tributária é um grande entrave. Não existe incentivo fiscal para materiais recicláveis.

Por exemplo, quando uma empresa vende o material reciclado ela paga taxação semelhante a que já pagou quando comprou o material virgem. Caso houvesse um programa para estimular a venda de reciclados, seria um incentivo e ainda estimularia a geração de empregos e o desenvolvimento de tecnologia para ações mais sustentáveis.

Essa iniciativa ainda poderia beneficiar uma série de outros mercados. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), só o setor de construção civil utiliza 23,4% de todo o plástico produzido no país.

Em relação ao mundo dos negócios, a reciclagem de plástico poderia significar mais do que sustentabilidade, geração de empregos e investimento em tecnologia, uma vez que seria possível reduzir custos na compra dos materiais.

Além de vantajoso ambientalmente, é preciso pensar em ações que proporcionem benefícios financeiros e competitivos para os empreendedores, que buscam vantagens em seus produtos e precificação para ganhar em competividade e aumentar os lucros.

O plástico reciclado deve apresentar competitividade adequada com o plástico virgem, para impulsionar o uso, sem perder a qualidade.

Além disso, a reciclagem do plástico envolve uma série de processos complexos. São múltiplas etapas que requerem a colaboração de diversos cooperantes ao longo do ciclo produtivo.

 

Como superar desafios da reciclagem do plástico para ser mais eficiente

São muitos os desafios além dos impostos. Para superá-los é preciso ações, campanhas, legislação adequada, incentivos e abordagens integradas. Tudo isso não envolve somente a indústria, mas também governo, consumidores, organizações não governamentais e outras partes interessadas na sustentabilidade.

Tecnologia, infraestrutura e educação para conscientização são pilares essenciais para criar um ambiente mais favorável e eficaz para o processo de reciclagem de plástico:

1. Coleta eficiente: um dos principais desafios é a falta de infraestrutura adequada para a coleta eficiente de resíduos plásticos. A coleta seletiva ainda é insuficiente em muitas regiões do país, o que dificulta o acesso a uma quantidade significativa de plástico reciclável.

2. Qualidade dos resíduos: a qualidade dos resíduos plásticos coletados também pode ser um desafio. Muitas vezes, os plásticos recolhidos estão contaminados com outros materiais, como papel, alimentos ou resíduos orgânicos, o que dificulta o processo de reciclagem e reduz a qualidade do produto final.

3. Tecnologia de reciclagem: falta tecnologia adequada para o processamento de diferentes tipos de plásticos. Alguns plásticos são mais difíceis de reciclar do que outros,

devido às suas propriedades químicas e físicas. É necessário investir em tecnologias avançadas de separação e processamento para aumentar a eficiência da reciclagem.

4. Mercado para produtos reciclados: a indústria de reciclagem também enfrenta o desafio de encontrar mercados para os produtos reciclados. Muitas vezes, o preço dos produtos reciclados é mais alto do que os produtos feitos de plástico virgem, o que dificulta a competitividade. Incentivar o consumo de reciclados e criar políticas públicas que favoreçam o uso dos materiais em diversos setores é primordial.

5. Conscientização e educação: a participação da sociedade é fundamental para promover a reciclagem. Muitas pessoas ainda não entendem a importância para o planeta e, portanto, não criam o hábito de separar corretamente seus resíduos, o que dificulta o processo. É preciso investir em campanhas de conscientização e programas educacionais para incentivar práticas sustentáveis.

6. Legislação e políticas públicas: falta uma legislação robusta e políticas públicas eficazes, outro desafio para a reciclagem de plástico. Estabelecer metas claras e implementar medidas de incentivos fiscais e regulamentações são essenciais para estimular a utilização de plástico reciclado em produtos.

A reciclagem do plástico envolve quatro etapas: coleta, separação, revalorização e transformação. Todos esses processos fazem parte da etapa de transformação. Ele pode finalmente ser usado para a fabricação de novos produtos, como por exemplo: tapetes, carpetes, roupas, recipientes, tampas e diversos outros.

 

Como o descarte adequado contribui para a reciclagem

Primeiramente é importante a conscientização da população que a reciclagem é responsabilidade de todos.

O descarte adequado e a separação do lixo orgânico do reciclado são essenciais para que o ciclo funcione, mas não mais importante que a coleta seletiva ser disponibilizada pelos governos municipais por toda a cidade, além do incentivo com campanhas educativas que alcancem toda a população.

Atualmente são mais de 800 mil brasileiros que trabalham no setor de reciclagem de materiais sólidos, separam os tipos de materiais e, com isso, garantem o sustento para suas famílias desse ofício. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) revelam que 90% do material reciclado é proveniente do trabalho dessas pessoas.

 

O impacto negativo, danos e prejuízos do plástico no meio ambiente

Embora o Brasil já tenha avançado na coleta seletiva e reaproveitamento do plástico, os prejuízos e impactos negativos e até irrecuperáveis ao meio ambiente e em nossa vida ainda são muito grandes.

Muitos danos podem ser irreversíveis se nada for feito. Todos os anos toneladas de plásticos chegam aos oceanos, e os números causam espanto. Ao menos uma vez na vida, 90% das aves marinhas já comeram algum resíduo do material. Em nossas torneiras, 83% da água sai com partículas do material. Por tudo isso, na corrente sanguínea de um indivíduo adulto, podem ser encontrados químicos tóxicos do plástico.

Sob esse ponto de vista, nota-se que a preservação, reciclagem e coleta seletiva não afeta apenas o meio-ambiente, mas a vida de cada um.

O acúmulo de poluentes está na água e no solo, causando um acúmulo de poluentes nos oceanos, rios e aterros sanitários. Calcula-se que no solo, o plástico demora aproximadamente 400 anos para se decompor totalmente, portanto acaba permanecendo.

E ainda sob o prisma da produção e o descarte do plástico o reflexo está nas emissões de gases de efeito estufa, ao passo que contribui para as mudanças climáticas. Essas atividades envolvem o uso de recursos não renováveis e processos intensivos em energia, liberando dióxido de carbono (CO2) e outros gases poluentes.

 

Dicas simples para você fazer sua parte:

Ao participar da reciclagem, cada um pode, simultaneamente, contribuir para a sustentabilidade do planeta em diversos fatores.

– Troque sacolas plásticas por retornáveis;

– Separe o lixo orgânico do reciclado;

– Sendo possível, faça o descarte adequado em qualquer lugar que estiver;

– Quando possível, reutilize ao máximo as sacolas plásticas, sem serem descartadas;

– Dê preferência aos produtos que são feitos com materiais reciclados

– Use copos descartáveis em ocasiões estritamente necessárias

– Reaproveite itens descartáveis como sacolas, copos e outros materiais plásticos,

– Mantenha-se informado sobre o tema

– Pratique o consumo consciente!

 

Sobre o Ciesp

O CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo é uma sociedade civil de direito privado que visa dar suporte aos empresários paulistas e representá-los junto à sociedade e ao governo brasileiro.

O objetivo da instituição é colaborar para a expansão e modernização da economia nacional, bem como, servir de apoio e representatividade para o setor produtivo.

Atualmente sob o comando do presidente Rafael Cervone, o Ciesp tem voz ativa na política brasileira e assume um importante papel de locomotiva do Brasil.

O empresário associado ao Ciesp, além de ter representação garantida junto aos mais altos escalões do governo brasileiro, pode também usufruir dos serviços que a entidade oferece como emissão de certificados de origem para exportação, certificados digitais, assessoria técnica, jurídica e econômica, fornecimento de dissídios coletivos e participação em cursos e palestras.

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Sobre o Ciesp Santo André

A diretoria do Ciesp Santo André eleita para o quadriênio 2022 a 2025 é composta pelo diretor titular Norberto Perrella; 1° vice-diretor Kinji Yamamoto e 2° vice-diretor João Tunes Jr.

A área de atuação compreende os municípios de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Além de convênios exclusivos e serviços como emissão do certificado Digital e do certificado de Origem, o Ciesp Santo André realiza mensalmente uma plenária aberta aos empresários com temas relevantes para toda a indústria do ABC.

O Ciesp trabalha para fortalecer o setor industrial paulista e contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado e, consequentemente, do país.

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