Em evento sobre inovação, presidente do CIESP defende busca por eficiência também nos serviços públicos
- Atualizado emIniciativa do Ministério Público de Contas de São Paulo colocou em pauta a temática da desburocratização e inovação em serviços públicos
“Não podemos nos adaptar à ineficiência.” A frase foi dita nesta segunda (23), pelo presidente do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, durante a abertura do evento InovaSP, que foi organizado pelo Ministério Público de Contas de São Paulo, com o intuito de debater a desburocratização e a transformação digital na esfera pública. Cervone, que acumula o posto de vice-presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), representou também o presidente da federação, Josué Gomes.
O evento, que aconteceu na sede das duas entidades ligadas à indústria em São Paulo, reuniu mais de 500 convidados presencialmente e outros 1.500 internautas, por meio da transmissão online. Também estavam na abertura do evento, o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Sidney Beraldo, a Procuradora-Geral do Ministério Público de Contas, Letícia Feres, e o diretor do Comitê de Desburocratização da Fiesp, Abdo Haddad.
Efetividade
Para Cervone, os setores público, privado e até as universidades têm mantido um diálogo importante sobre a inovação, porém é necessário aumentar a velocidade de integração entre as partes. Ele avalia que as entidades e empresas têm feito um bom trabalho isoladamente neste sentido, mas que iniciativas individuais já não resolvem os problemas e, por isso, é importante atuar em conjunto.
No seu entendimento, é urgente a necessidade de combater, de forma geral, a ineficiência do Estado, se inspirando inclusive no inconformismo típico das novas gerações e, ao mesmo tempo, trabalhando para evitar que os jovens deixem o país. “Temos que trabalhar juntos e temos que ter a consciência de que não podemos nos adaptar à ineficiência. Não podemos mais conviver com isso”, disse Cervone.
Para ele, é importante que o debate envolva o Ministério Público de Contas e o Tribunal de Contas por se tratarem de órgãos de controle e inspeção sobre as contas públicas que passam a interferir positivamente na busca de soluções inovadoras. Ele também lembrou da importância dos projetos de cidades inteligentes que repensem toda a logística dos municípios, inclusive a arquitetura, os formatos de produção, a logística e o transporte público. Na sua avaliação hoje a logística de algumas cidades está insustentável, o que acaba atrapalhando a vida dos cidadãos.
A procuradora Letícia Feres concorda com a necessidade de envolver vários “atores” da sociedade. “Algumas mudanças precisam de várias frentes. O diálogo tem de ser mais amplo, não pode ser só acadêmico, nem ser só do poder público ou da iniciativa privada”, disse Letícia, que também propôs novos eventos para discutir a temática da inovação na educação. Antes do evento, a procuradora conversou com Cervone sobre o modelo educacional utilizado pelo Sesi-SP.
Já o presidente do Tribunal de Contas, Sidney Beraldo, disse que as entidades precisam observar a efetividade dos produtos e serviços públicos oferecidos à sociedade e entender se estão atendendo as necessidades dos cidadãos. “O setor público tem de se preocupar com a produtividade, fazendo mais com menos, mas hoje também olhamos a efetividade, se o produto que está sendo entregue está atendendo a necessidade do cidadão”, disse.