Vendas reais da indústria paulista caem 2,8% em abril, segundo Fiesp e Ciesp
- Atualizado emAgência Indusnet Fiesp
As vendas da indústria de transformação paulista recuaram 2,8% em abril se comparadas a março, conforme o Levantamento de Conjuntura da Fiesp e do Ciesp. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) apresentou contração (-0,7 p.p.) no mês de abril frente ao mês anterior. Na direção contrária, as horas trabalhadas na produção (+0,8%) e os salários reais médios (+0,6%) exibiram aumento no mês. Dados com tratamento sazonal.
Entre os destaques setoriais que mais influenciaram a queda nas vendas em abril estão os Minerais Não-Metálicos (-19,3%), a Metalurgia (-11,3%) e o setor de Móveis (-8,0%). Na variação acumulada em 12 meses, as vendas reais mantiveram o patamar alcançado em março (+0,5% em ambos os meses). Na mesma métrica, as horas trabalhadas na produção (+2,9%) e os salários reais médios (+2,7%) apresentaram alta.
O NUCI, com 78,2% em abril, atingiu o menor resultado desde Nov/20 (78,1%) e está abaixo da média histórica da indústria da transformação (79,4%), o que demonstra a ociosidade do setor. Dados com ajuste sazonal.
São diversos os fatores que mantêm a expectativa de um ano delicado para a atividade industrial. Como abordado em relatórios anteriores, a manutenção da taxa de juros em patamar elevado por um longo período em um contexto de dificuldade para obtenção de crédito fortemente ligado a este ambiente restritivo, em conjunto ao cenário de desaceleração global, reforçado pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e na Zona do Euro. Por outro lado, este quadro pode ser contrabalanceado com a expansão da massa salarial, amplificada pelas medidas de desoneração e de transferência de renda do Governo Federal.
Neste sentido, a estimativa da Fiesp para a produção industrial para este ano é de queda de 0,5%.
Para reverter a perspectiva negativa para a trajetória da indústria no curto prazo, a Fiesp ressalta o caráter essencial da aprovação de uma reforma tributária, a implementação do novo regime fiscal, medidas de estímulo a obtenção de crédito, além da implementação de políticas voltadas à reindustrialização, aumento da produtividade e à diminuição de custos de produção para garantir que a indústria possa retomar a rota consistente de crescimento.