Afinal, o que é Responsabilidade Social Empresarial?
- Atualizado em* Vitor Seravalli
Após 05/02/2007, com a divulgação do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), elaborado por 600 cientistas de 113 países, o tema Responsabilidade Social Empresarial tem sido muito comentado, mas pouco conhecido de fato.
Estabelecido em 1998 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o IPCC avalia de forma direta a informação científica, técnica e socioeconômica relevante para entender os riscos da mudança climática, causada por ações humanas, e seus potenciais impactos e opções para a adaptação e mitigação.
Ao observar os últimos quatro anos de convivência com o tema Responsabilidade Social Empresarial, confesso: ainda temos de trabalhar muito para a sua disseminação tanto em nível empresarial como individual – uma vez que responsabilidade social começa em casa com a mudança de atitudes, por exemplo, como consumidores que somos, pois não existe um ato de consumo sem impacto.
De uma maneira bem simples podemos dizer que ser socialmente responsável significa nos preocupar com os impactos que as atividades econômicas a serem realizadas por nós trarão ao nosso entorno.
Esses impactos podem ser positivos e negativos e estar relacionados a questões sociais, econômicas, ambientais e culturais. Já o entorno significa o público, os “stakeholders”, com os quais nos relacionamos, por exemplo:
Fornecedores de
– Capital: acionistas, investidores e financiadores;
– Direcionamento: conselheiros, gestores, organizações parceiras, instituições (leis, normas, certificações, códigos, políticas públicas, boas práticas de mercado e de relações com a comunidade);
– Trabalho qualificado e não-qualificado: trabalhadores;
– Bens e serviços;
– Insumos e subprodutos.
Clientes e consumidores influenciadores
– Indivíduos, grupos organizados, comunidades do entorno, ativistas e grupos hostis;
– Organizações representativas, políticas, filantrópicas e comunitárias;
– Movimentos sociais, ambientalistas, políticos e culturais;
– Ministério Público e Órgãos de Governo e Instituições do Mercado e Concorrência.
Basicamente esse é o conceito de Responsabilidade Social Empresarial. Entretanto, muita confusão tem sido feita com o assistencialismo e a filantropia.
Não é possível fazer Responsabilidade Social Empresarial isoladamente. Precisamos trabalhar, via engajamento e convencimento, com esses diversos públicos, para que possamos obter a legitimidade desse processo, respeitando as identidades, os princípios e os valores desses diversos atores.
A gestão “com” e não “de” esses públicos é fundamental para o sucesso nesse processo. Ao trabalharmos com a mitigação dos impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais de nossas atividades – via engajamento e convencimento dos diversos públicos com os quais nos relacionamos (“stakeholders”), objetivando a participação no desenvolvimento no nosso País – , chegamos ao conceito de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Empresarial.
Alguns benefícios que poderão ser contabilizados com essa mudança de atitude são valorização da marca, fortalecimento da reputação, melhoria do gerenciamento do risco, melhoria das condições de competitividade e maior valor agregado para a sociedade. Essa ação se viabiliza via condutas de indivíduos, grupos, organizações e redes.
Para aprofundamento desse tema sugiro o contato com algumas organizações (vide abaixo) com iniciativas relevantes no campo da Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial:
- AMCE Negócios Sustentáveis Ltda;
- Centro de Estudos da Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas;
- Instituto Akatu pelo Consumo Consciente;
- Instituto Brasileiro de Governança Corporativa;
- Etco – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial;
- Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social;
- Global Compact
- Global Reporting Initiative;
- World Business Council for Sustainable Development.