Ciesp e Metrô se reúnem para discutir expansão de linhas e impactos para a indústria
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Desapropriações para a Linha Violeta, que ligará zonas Oeste e Leste, trouxeram preocupação a empresas.
22/6/2023 – O Ciesp (Centro das Indústria do Estado de São Paulo) e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) anunciaram nesta quinta (22), iniciaram uma discussão sobre projetos de novas linhas e os impactos para a indústria de São Paulo. O serviço tem projetada uma ampliação de 32,5 quilômetros em sua rede e desapropriações são consideradas uma questão delicada para o setor industrial.
A criação de um canal permanente de diálogo foi sugestão do presidente do Ciesp, Rafael Cervone, após a primeira reunião sobre o tema que aconteceu na manhã desta quinta com o setor de engenharia e planejamento do Metrô. Empresários ligados à Distrital Leste do Ciesp não esconderam uma preocupação com possíveis desapropriações na região, visto que as novas linhas precisam de áreas grandes para a implantação de pátios de estacionamento e manutenção para os trens.
Uma das linhas que devem ser o foco das discussões é a 16, violeta, que interligará 23 estações, que irão da Oscar Freire (Zona Oeste) e até a de Cidade Tiradentes (Zona Leste). De acordo com o diretor de engenharia e planejamento do Metrô, Paulo Sérgio Amalfi Meca, a nova linha passará por licitação em relação ao anteprojeto de engenharia, ao projeto básico e aos estudos ambientais. A estimativa é de que as licitações aconteçam juntas no mês de outubro.
Para Cervone, o Ciesp poderá ajudar o Metrô no mapeamento de áreas de interesse público onde não haja atividades industriais hoje, por exemplo. “Vamos ter muitas equações para resolver e nós poderemos ajudá-los a encontrar a solução”, disse o presidente.
O vice-presidente do Ciesp, Cláudio Lorenzetti, disse que existem áreas com galpões vazios nas proximidades da avenida Presidente Wilson. De acordo com ele, no entanto, a área da avenida Henry Ford é hoje densamente ocupada com um polo de indústrias que fornecem peças de aço. O empresário elogiou a região e comentou que, no caso de sua empresa, a mão-de-obra é motivo importante para que o endereço seja mantido.
O gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô, Luiz Antonio Cortez Ferreira, explicou que o anteprojeto ainda passará por ajustes e que as definições sobre desapropriações acontecerão em etapas mais aprofundadas do projeto. “Nós vamos atrás de grandes glebas, mas nossa proposta é ter a menor disruptura possível. Não pretendemos prejudicar nenhuma empresa”, disse Ferreira.
Com o projeto de expansão, o Metrô passará a ter 12 linhas, com 213 estações e 278 quilômetros de extensão. Com o ramo têxtil e alimentício em destaque, a Zona Leste tem relacionamento histórico com o setor industrial. Passou pelo primeiro surto de industrialização do país no final do século XIX, quando o Brasil ainda vivia o auge da cafeicultura. Apesar do encolhimento da indústria no país, o setor mantém polos importantes dentro na área.
Ao lado de Cervone, estava a diretora da Distrital Leste, Fátima Marinera. Membros do Departamento de Infraestrutura da Fiesp (Deinfra) também participaram da região.