Rafael Cervone defende ações para o crescimento sustentado do PIB
- Atualizado emConclusão da reforma tributária, sem privilégios, e da administrativa, política industrial eficaz e juros menores são determinantes para uma retomada econômica robusta e duradoura
01/9/2023- Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), ao comentar o desempenho positivo do PIB no segundo trimestre de 2023, anunciado nesta sexta-feira (1/09) pelo IBGE, frisou que os números são importantes e indicam uma tendência de recuperação, mas o Brasil precisa de várias medidas para garantir a sustentabilidade do crescimento. Expansão foi de 0,9% em relação aos três meses imediatamente anteriores e 3,4% ante o mesmo período de 2022. No semestre, alta acumulada foi de 3,7% na comparação interanual.
Lembrando que o País não tem conseguido, ao longo dos últimos 40 anos, manter um ciclo duradouro de expansão do PIB, Cervone reiterou a premência de medidas estruturais que solucionem o gargalo do “Custo Brasil”. A primeira delas é a conclusão da reforma tributária, com a ressalva de que não podem ser estabelecidos privilégios e benesses para nenhum setor ou região, “pois isso reduziria o impacto positivo de algo que esperamos há muito tempo”. Também é necessário dar continuidade à tramitação da reforma administrativa, “considerando que o peso e a ineficiência do nosso arcaico Estado são fatores que travam a economia e geram déficit nas contas públicas, ônus que acabam recaindo sobre a sociedade e os setores produtivos”. Medida pontual relevante é a queda dos juros, que seguem muito altos no Brasil e cujas taxas têm inibido o crédito e os investimentos.
Uma política industrial eficaz também é determinante para garantir o crescimento sustentado, como se observa em numerosos países. “Há uma relação direta de causa-efeito entre o fomento do setor e a expansão do PIB em patamares elevados e ciclos duradouros”, observou Cervone, citando o estudo “Diretrizes Prioritárias Governo Federal 2023-2026”, elaborado pelo CIESP e a FIESP, que aponta: “Um novo consenso, baseado nas experiências internacionais, levando em conta as mudanças tecnológicas e a sustentabilidade, recoloca a indústria como o motor da retomada econômica”.
Nos dados divulgados pelo IBGE, o crescimento do setor no segundo trimestre de 2023 foi de 0,9% em relação aos três meses anteriores e 1,5% no comparativo com o mesmo período do ano passado. “Podemos ir muito além se for concretizado com êxito o processo de neoindustrialização anunciado pelo governo e concluídas as reformas estruturais em curso”, enfatizou Cervone.
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