Produção Industrial permanece de lado em outubro

Produção Industrial permanece de lado em outubro

O conjunto de setores desacelerando ou em estabilidade se mantém dominante na indústria de transformação

Agência Indusnet Fiesp

A produção industrial avançou 0,1% entre setembro e outubro, sem efeitos sazonais. Frente a outubro de 2022, houve crescimento de 1,2%. O resultado do mês veio abaixo da projeção mensal da Fiesp (+0,5) e foi influenciado pela combinação de queda na indústria extrativa (-1,1%) e estabilidade na indústria de transformação. Na variação acumulada em 12 meses, permaneceu a variação nula, um padrão que vem se mantendo ao longo de 2023: setembro (0,0%), agosto (-0,1%), julho (0,0%), junho (0,1%) e maio (0,0%). Em relação ao nível pré-pandemia (fev/2020), a atividade industrial segue defasada em 1,6%.

Gráfico 1: Produção industrial – Indústria Geral

Variação acumulada em 12 meses, %

 

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Na passagem de setembro e outubro, o leve avanço da atividade industrial foi influenciado pelo crescimento de uma das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 25 ramos industriais pesquisados. Entre os segmentos, o destaque positivo foi produtos alimentícios (+1,6%). Por outro lado, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%) e indústrias extrativas (-1,1%) exerceram os principais impactos negativos em outubro de 2023.

Em relação às grandes categorias econômicas, na comparação com o mês anterior, sem influências sazonais, a única variação positiva foi observada em bens intermediários (+0,9%). Por outro lado, a principal contribuição negativa foi registrada em bens de consumo duráveis (-2,4%), seguido por bens de capital (-1,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%).

Análise do cenário pela Fiesp

O resultado de outubro para produção industrial mantém o padrão caracterizado nos meses anteriores de variações pouco expressivas. De forma geral, no decorrer do ano, registraram-se altas e baixas moderadas, que se anularam nos resultados acumulados até outubro – Gráfico 1.

Gráfico 2: Produção Física Industrial – Indústria Geral

Variação mensal, %

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Nesse contexto, o conjunto de setores desacelerando ou em estabilidade se mantém dominante na indústria de transformação. O mapa mostra que, na indústria de transformação, 9 atividades estavam desacelerando (Fraca + Muito Fraca), 5 atividades acelerando (Forte + Muito Forte) e outros 10 segmentos estáveis em relação à média histórica (Neutro) no mês de outubro de 2023 – Figura 1. De forma geral, o desempenho recente reflete fatores macroeconômicos limitantes, sobretudo o alto patamar da taxa de juros. Mesmo com o início do ciclo de flexibilização da política monetária, o setor deverá começar a sentir os efeitos somente a partir de 2024.

Figura 1: Mapa de calor da Indústria (Out/23 – Out/23)

 

 

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

Fonte: elaboração FIESP a partir de dados do IBGE.

A produção industrial em 2023 deve registrar estabilidade. O resultado, se confirmado, ficará pouco acima do que era projetado pela Fiesp (-0,5%), em função do resultado mais favorável da indústria extrativa, que deve crescer em torno de 6%. Por outro lado, a expectativa para a indústria de transformação deverá ser corroborada, de modo que o segmento tende a fechar o ano com variação negativa de cerca de 1%. Para 2024, a projeção para a produção industrial é de leve crescimento, de 0,4%.