Atividade da Indústria Paulista tem resultados negativos no 3° trimestre, indicam Fiesp e Ciesp
- Atualizado emAs horas trabalhadas na produção se destacaram negativamente, com queda de 1,3% no período
Agência Indusnet Fiesp
O 3º trimestre de 2023 apresentou resultados negativos na atividade industrial do estado de São Paulo. Na comparação com o trimestre anterior, as horas trabalhadas na produção retraíram 1,3%, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,5 p.p. e as vendas reais, -0,1%. Apenas os salários reais médios cresceram de forma moderada (+0,1%).
No mês de setembro, o destaque de retração foi para as vendas reais (-3,2%), revertendo parte do crescimento do mês de agosto (+3,9%). Também com variação negativa, os indicadores de horas trabalhadas na produção (-1,1%) e os salários reais médios (-0,1%). O NUCI permaneceu estável em 77,3% na passagem mensal.
Os dados acima contam com o tratamento sazonal.
Nos dados acumulados em 12 meses, métrica que dá uma sinalização de tendência para os indicadores, as vendas reais permaneceram com ritmo de aceleração da queda, atingindo -5,3% no dado mais recente (-4,5% no acumulado até agosto). As horas trabalhadas na produção reduziram o crescimento (+2,1% ante +2,6% do mês anterior), assim como os salários reais médios (+1,4% contra +1,8%).
Como indicado pela Fiesp desde o início do ano, a indústria deve ter mais um ano negativo em sua atividade. A projeção da Fiesp é queda de 0,5% da sua produção industrial em 2023. Fatores como alto endividamento, das empresas e das famílias, alto custo de captação de crédito e a dificuldade em sua obtenção, taxa básica de juros (SELIC) em patamar exacerbado por muito tempo, dentre outros, corroboraram a situação delicada do setor produtivo.
Reforça-se a necessidade da aprovação em definitivo da Reforma Tributária, com alíquota máxima de 25%. Em complemento, é imperativo um maior e mais rápido afrouxamento da SELIC, a redução da burocracia para o ambiente de negócios e a facilidade na contratação de crédito com custo menor. Ademais, a Fiesp apoia o Plano Produção – equivalente ao Plano Safra voltado à indústria de transformação e as medidas para a modernização do parque industrial do país, tal como a depreciação imediata de máquinas e equipamentos.
Uma indústria forte é sinônimo de emprego de qualidade, salários competitivos, maior qualidade de vida e, sobretudo, de um país forte e competitivo.