Rafael Cervone: “É hora de um corte mais acentuado dos juros” - Araraquara

Rafael Cervone: “É hora de um corte mais acentuado dos juros”

É preciso calibrar a política monetária com a criação de um ambiente favorável aos negócios

31/1/2024 – Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), ao comentar nesta quarta-feira (31/01) a primeira reunião do Copom em 2024, pondera ser premente o início de um ciclo de quedas mais acentuadas da Selic. “Mesmo com uma nova redução de 0,5%, conforme esperado pelo mercado e sinalizado pelo Banco Central, a taxa irá para 11,25% ao ano e o juro real permanecerá acima de 7,5%, um dos mais elevados do mundo e acima da taxa de retorno dos investimentos para grande parte das empresas e da capacidade de crédito para a maioria dos consumidores”, alerta.

Cervone afirma não haver mais razões técnicas para a manutenção de taxas tão elevadas, pois a inflação está em baixa, tendo fechado 2023 em 4,6%, dentro do intervalo previsto na política de metas e com retração de 1,2 ponto percentual na comparação com o IPCA acumulado de 2022, de 5,8%. “E a expectativa é de que continue o recuo inflacionário, conforme aponta o Boletim Focus, do Banco Central, refletindo as estimativas do mercado, que indicam índice de 3,8% no final deste ano”, observa.

Nesse cenário, o presidente do CIESP salienta haver condições para uma diminuição mais expressiva. “Juros menores são prementes para favorecer o crédito, estimular os investimentos das empresas, aumentar o consumo das famílias, criar empregos e ampliar a capacidade do governo de financiar obras e programas públicos prioritários – cabe lembrar que as taxas elevadas também oneram muito o serviço da dívida do Estado”.

Cervone reitera ser fundamental calibrar o controle inflacionário e a criação de um ambiente favorável aos negócios. “Para isso, a Selic deve estar alinhada à conjuntura econômica e à necessidade de crescimento do PIB em patamares mais elevados”, frisa, concluindo: “Os juros têm sido um dos principais fatores restritivos do crescimento mais vigoroso do PIB e da melhoria da competitividade da indústria”.

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