Veja palestra do Presidente da CNI, Deputado Armando Monteiro Neto, no CIESP - CIESP

Veja palestra do Presidente da CNI, Deputado Armando Monteiro Neto, no CIESP

              

RESUMO EXECUTIVO DA PALESTRA E RESPOSTAS DO PRESIDENTE DA CNI, DEPUTADO ARMANDO MONTEIRO NETO, NA REUNIÃO CONJUNTA DAS DIRETORIAS E CONSELHOS DO CIESP, REALIZADA EM 27 DE JULHO DE 2005.

Presidente da CNI apresenta Mapa Estratégico da Indústria a empresários paulistas

 
Participação do Presidente da CNI reúne 250 empresários na sede do CIESP ..

Em reunião conjunta das Diretorias e Conselhos, realizada no dia 27 de julho, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – CIESP recebeu a visita do Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Da Mesa de reunião presidida pelo Presidente do Ciesp, Claudio Vaz, participaram também o Presidente Emérito da Entidade, Mário Amato; e o ex-presidente da Entidade e 1º vice-presidente da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira; e o Dr. Rodrigo Costa da Rocha Loures, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná e Presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, e também de José Augusto Coelho Fernandes, Diretor Executivo da CNI.

Na abertura do encontro, Claudio Vaz fez observações sobre a importância da visita do Presidente Armando Monteiro, que lidera a entidade maior da indústria brasileira e reúne características de atuação extraordinariamente importante para a indústria no Brasil.

Vaz destacou que Armando Monteiro Neto tem tomado atitudes que o Ciesp, que participa de alguns foros da CNI, testemunhou como, por exemplo, em relação à Medida Provisória 232.

Ao fazer uma introdução da palestra de Armando Monteiro sobre o Mapa Estratégico da Indústria, Vaz colocou que o documento é uma iniciativa original que mostra o como a indústria se oferece à sociedade sem procurar usá-la.

 

 
Armando Monteiro diz que o Brasil tem pressa para as reformas tributária e política.  ..

 

 

 

Com a palavra, Armando Monteiro colocou sua satisfação de participar de reunião do Ciesp, ao lado de empresários que têm ajudado muito no movimento empresarial do País. Destacou que Claudio Vaz tem sido voz firme na defesa dos interesses do setor industrial e, sobretudo, pelo seu próprio estilo e pela forma consistente com que se coloca no debate das questões do interesse da indústria brasileira.

O presidente da CNI fez uma abordagem sobre o atual momento político brasileiro e afirmou que o País já superou momentos de crises profundas e sempre saiu delas fortalecido. Armando Monteiro explicou aos empresários o conceito do Mapa Estratégico e explicou que o documento tem duas inspirações. A primeira é uma manifestação de inconformidade da indústria e do setor empresarial com o baixíssimo crescimento da economia brasileira nas duas últimas décadas, com crescimento baixo do PIB. A segunda inspiração é a intenção de que a indústria brasileira possa assumir co-responsabilidade na condução do País. Ele defendeu que a sociedade brasileira deve exercer um papel mais proativo, por meio de uma ação política do movimento empresarial.

Armando Monteiro Neto explicou também que houve duas condições para que o Mapa não se apresentasse como mais um daqueles exercícios que se revelaram absolutamente inócuos: o desafio de construir uma visão estratégica de toda a indústria brasileira e a utilização do Mapa como instrumentos de gestão, e que essa agenda pudesse ser gerida com um conjunto de metas, indicadores, objetivos mobilizadores acompanhados e garantindo, por exemplo, as condições de acompanhamento, de reprogramação, de reavaliação até 2015.

De acordo com o presidente da CNI, o foco do Mapa é olhar sobre o passado do Brasil nos seus diferentes momentos, para que se possa fazer um exercício prospectivo a partir de uma avaliação das tendências da indústria mundial, com a contratação de consultores internacionais que estiveram incorporados a esse trabalho e quais condições deveriam ser buscadas para esse exercício em relação ao futuro.

Armando Monteiro Neto observou em sua palestra que o Brasil não poderá caminhar sem, por exemplo, criar um ambiente institucional e regulatório adequado. Ele relacionou uma série de questões nesse ambiente: segurança pública, modernização ou atualização da legislação trabalhista, o aperfeiçoamento do sistema tributário, a mudança ou o aperfeiçoamento do sistema político, a defesa de concorrência e da propriedade intelectual, os marcos regulatórios e a infra-estrutura.

 
.. José Augusto Coelho apresenta Mapa Estratégico

Na seqüência da reunião conjunta das diretorias do Ciesp o diretor executivo da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, fez a apresentação da agenda própria da indústria e de como o Ciesp pode estar integrado nesse exercício. O orador expôs, com auxilio de transparências, o conceito do Mapa.

Após a apresentação de José Augusto Coelho, o presidente do Ciesp, Claudio Vaz, comentou que esta é uma agenda abrangente em que os temas da produção estão completamente representados e que, de alguma maneira, é isso que pode conectar a indústria e a sociedade com o mundo político. Na seqüência, a reunião foi aberta para debates entre os presentes.

Os acontecimentos políticos e de que maneira esse ambiente pode afetar a indústria abriram a série de perguntas ao presidente da CNI. Armando Monteiro Neto respondeu que é difícil fazer prognósticos. Segundo ele, as crises no Brasil têm uma dinâmica própria, sobretudo, essa que tem ingredientes novos e desconhecidos. Disse que o Brasil tem que resolver esse problema de governança política, sob pena de comprometermos a nossa capacidade de construir ou de reconstruir as bases de um processo de crescimento sustentado nos próximos anos.

Durante os debates participantes do plenário manifestaram indignação com a atual crise política no País. Foram colocadas algumas situações tidas como responsáveis pela atual crise: a Constituição de 1988, que adotou um corpo parlamentarista e uma vestimenta presidencialista, e com isso descaracterizando todos os sistemas – econômicos, políticos e sociais – tratados nessa mesma Constituição de 1988. Uma segunda causa colocada diz respeito ao atual sistema eleitoral, do qual foram destacados dois pontos: a questão do financiamento das campanhas eleitorais, a origem, o destino e a comprovação, e conseqüentemente o problema da fidelidade partidária.

Nesse sentido, Armando Monteiro Neto manifestou interesse de que o Ciesp, por meio do Centro de Estudos Estratégicos e Avançados (CEEA), possa estar efetivamente conectado aos programas que a CNI vai desenvolver para influir no aperfeiçoamento do sistema político. Ele reforçou que o Mapa está aberto inteiramente para a contribuição das entidades, e nesse sentido a contribuição do Ciesp é importante.

O coordenador do Programa de Reforma Política da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse que os trabalhos da Comissão de Assuntos Legislativos da CNI e da Agenda Legislativa da Indústria contemplam todos os projetos que estão na direção de consertar o que está distorcido e evidente para toda a sociedade brasileira. Moreira Ferreira afirmou que a CNI está fazendo um detalhamento das questões ligadas à reforma política e que a Entidade deve enviar o trabalho ao Ciesp, assim que estiver pronto.

Um manifestante do plenário da reunião sugeriu que fosse aberta uma discussão sobre a questão da liderança empresarial, no que se refere ao aperfeiçoamento do sistema de representação empresarial. Disse que as empresas que tem visitado, juntamente com o presidente Claudio Vaz, reclamam que a indústria obtém poucos resultados na sua ação política, comparado a segmentos como instituições financeiras, representação na área rural ou agrícola e até mesmo dos trabalhadores.

Armando Monteiro observou que a questão da liderança empresarial se coloca de maneira decisiva no processo da política industrial no Brasil, que na essência significa uma aliança entre o setor público e o setor privado para elevar a competitividade da economia brasileira naquilo em que cada um pode e deve atuar. Disse que tem reunido esforços para uma ação mais integrada.

Outra menção vinda do plenário da reunião questionou o discurso que o Presidente Lula faz contra as elites, que no entender do manifestante pode se tornar uma tendência para discriminação de classes. Em resposta, o presidente da CNI alertou que se o governo enveredar por esse caminho e querer produzir uma espécie de diálogo direto sem mediação por setor, de querer falar com as massas sem mediação das estruturas políticas, não haverá salvação para esse governo e haverá um descaminho grave.

Outra manifestação do plenário sustentou que a Nação precisa que a sociedade civil indique os rumos para o País, as prioridades, as diretrizes fundamentais. O presidente Claudio Vaz observou que 2006 será ano de eleições gerais, menos para prefeito. Colocou que haverá uma renovação monumental no Congresso e aqueles que tiverem interesse em não assistir, mas em participar, deve e pode contribuir como formador de opinião, como empresário, para que essa renovação se dê nesse caminho.

Na seqüência da reunião conjunta, o presidente Claudio Vaz passou a palavra a Rodrigo Loures que falou sobre inovação e a iniciativa da CNI sobre o tema inovação, que tem sido para o Ciesp uma das questões principais.

 
Rodrigo Loures: "CIESP é a maior auto-organização do Brasil". ..

Rodrigo Loures frisou que o tema da inovação é uma iniciativa do Conselho Temático de Política Industrial, do qual fazem parte os diretores do Ciesp Mário Villares e o Synésio Batista da Costa. Informou que foi idealizado um congresso brasileiro de inovação na indústria do qual participariam representantes de todo o País, reunidos com objetivo de obter dois resultados: influir nas políticas públicas e formar uma rede de competências e de conhecimentos na área de inovação no meio empresarial que proporcione ações estratégicas visando o desenvolvimento da inovação tecnológica.

Rodrigo Loures avaliou que a participação de São Paulo e em especial do Ciesp é fundamental nesse processo. Sublinhou que o Ciesp é a instituição na qual os empresários estão associados voluntariamente e que a Entidade é a maior auto-organização do Brasil. Ele acrescentou que São Paulo representa, pelo menos, 50% do potencial de inovação do Brasil e frisou que Claudio Vaz está comprometido com o tema inovação.

Loures disse ainda que estão previstos fóruns estaduais e setoriais sobre temas relativos a políticas públicas e ações estratégicas que as indústrias podem desenvolver independentemente do governo. Serão consolidadas propostas setoriais que deverão ser apresentadas à opinião pública. Esse material vai subsidiar a participação da indústria na Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que vai acontecer em novembro.

O diretor titular do Departamento de Tecnologia (Detec) do Ciesp, Marco Aurélio de Almeida Rodrigues, destacou que o Ciesp realizou um estudo de análise sobre o estágio do País em inovação e oferecidas algumas sugestões de atividades que poderiam ser realizadas e criar um grande movimento nacional de inovação.

Ao final da reunião, o presidente do Ciesp, Claudio Vaz, entregou uma placa (um Mapa do Ciesp e do Estado de São Paulo com as 42 Diretorias Regionais e uma mensagem de agradecimento à visita) ao presidente da CNI, Armando Monteiro Neto.