Vacina contra dengue pode ser produzida por empresas privadas, diz secretário da Saúde de São Paulo
- Atualizado emAlice Assunção, Agência Indusnet Fiesp
Duas vacinas contra a dengue estão em fase de estudos, mas nenhuma deve ficar pronta no próximo ano, afirmou nesta segunda-feira (29/6) o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip. Uma, desenvolvida por um laboratório multinacional, já encerrou a fase três de testes e está sob estudo da Anvisa. A outra, desenvolvida pelo Instituto Butantan, passou da fase dois de testes e também aguarda liberação da Anvisa para a próxima etapa.
“Estamos prontos para fazer um estudo nacional com 17 mil voluntários, sendo dois terços sorteados e outro terço placebo”, disse Uip após se reunir com empresários do setor de saúde na sede da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).
Ele reiterou, no entanto, que vai levar tempo para que as vacinas possam ser oferecidas a população. “É um estudo de cinco anos, que é reavaliado a cada seis meses.”
Uip afirmou ainda que há possibilidade de o setor privado fabricar a vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan.
“Estamos discutindo com a iniciativa privada a parceria e escolhendo formas de viabilizar esse projeto. O Butantan tem a proposta também de fazer com sua fábrica, temos que interagir para ver qual a melhor proposta. Se o Butantan tem competência ou não, ou se há uma proposta da iniciativa privada melhor, a decisão final é do governador”, afirmou.
Para o coordenador titular do Comitê de Biotecnologia (BioBrasil) da Fiesp, Ruy Baummer, a fabricação da vacina deve ficar a cargo do setor privado.
“O custo da pesquisa é muito grande. Dificilmente, no Brasil, tem empresas com recurso para fazer pesquisa. Por outro lado, o que a indústria faz é dar eficiência à produção.”
Isonomia tributária
Baummer aproveitou a presença de Uip na Fiesp e pediu o apoio do secretário para incentivar, junto ao governo, a desoneração para a indústria de produtos hospitalares.
“Os hospitais, quando importam, não pagam imposto porque são imunes pela Constituição. Mas quando compram da indústria local, estão pagando quase 50% de imposto, o que é uma injustiça”, disse Baummer.
Segundo ele, a vantagem em importar tira a competitividade do setor. “O que nós queremos é igualdade de condições e não proteção.”
Clique aqui e veja apresentação do secretário David Uip