Têxtil Judith, histórica no segmento de tecelagem

Autocontrole, garra e muita dedicação de pessoas visionárias fizeram da Têxtil Judith uma empresa que, há 75 anos, tornou-se referência nacional na fabricação e confecção de fios, tecidos para decoração e tecidos técnicos.

Marco na cidade de Indaiatuba, desde meados da década de 1940, a Têxtil Judith tornou-se referência no ramo da tecelagem e teve papel importante para o desenvolvimento econômico e social de uma cidade tipicamente interiorana.

Diante das poucas opções de trabalho em Indaiatuba naquela época, trabalhar na Têxtil Judith era sinal de conquista sócio-econômica, lembra o diretor Rogério José Mendes que faz uma estimativa de que cerca de 10% da população daquela época trabalhava na empresa.

As condições que a empresa oferecia eram vistas com bons olhos pela sociedade, sendo considerada como uma das melhores empregadoras. “Todos queriam trabalhar na Têxtil Judith e para completar, a empresa ficou conhecida como sendo casamenteira, por causa dos vários casamentos que resultaram de relacionamentos de trabalho”, lembra a diretora Sandra Regina Mendes Nedrotti.

Associada ao Ciesp desde 2004, a Têxtil Judith sempre foi reconhecida pela produção do voile, tecido fino e delicado usado principalmente para a fabricação de cortinas e ocupou uma posição de vanguarda nas décadas de 1960 e principalmente 1970 sempre primando pela qualidade e capricho dos produtos oferecidos.

Os tempos áureos se desenrolaram e a empresa chegou a ter mais de mil funcionários. Neste período, além de fabricar o voile também desenvolveram diversos tecidos especiais para decoração e outros técnicos, inclusive para velas e paraquedas, recorrendo à importação de matérias-primas diversas.

Nesses 75 anos de existência talvez o grande trunfo da Têxtil Judith foi ter sobrevivido às crises, inovando e adquirindo fôlego para continuar no mercado de tecelagem, mesmo acompanhando a falência de algumas de suas concorrentes.

Porém, diante da abertura do mercado internacional, principalmente para os tecidos vindos da China e da acelerada modernização dos maquinários no setor têxtil, algumas empresas, tipicamente as familiares, tiveram dificuldade em adequar-se e perderam vantagem competitiva em função da concorrência ter sido mais ágil e saído à frente. Nesse momento, houve um declínio significativo da Têxtil Judith se comparado às épocas de ascensão vivenciadas anteriormente.

Entretanto, nem isso foi suficiente para desmotivar os diretores que afirmam com otimismo que atualmente o local onde a empresa está instalada é apropriado e os 140 funcionários continuam fabricando os tecidos para decoração, fios e tecidos técnicos que garantem o faturamento mensal de R$ 1 milhão. Atualmente, a empresa tem condições de produzir até 75 mil metros quadrados de tecido por mês; esse número chegou a ser oito vezes maior, mas felizmente a Têxtil Judith continua no mercado e comprova a cada ano que é uma empresa reconhecida por sua qualidade têxtil.