Senador Arthur Virgílio garante que CSS não será aprovada pelo Senado Federal
- Atualizado emPara ele, novo imposto é inconstitucional e deve ser derrubado pelo Supremo Tribunal Federal
Com um discurso inflamado, recheado de críticas ao governo federal, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) chamou atenção para a "sanha arrecadatória" do Governo Federal durante o Congresso da Indústria 2008, nesta quinta-feira (12).
Ele lamentou que os aumentos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) tenham sido aprovados no início do ano, e assumiu o compromisso de se empenhar na luta contra a aprovação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). "A oposição vai votar contra, e será seguida por boa parte da base governista", garantiu.
Do mesmo modo que Paulo Skaf, Virgílio aponta a redução dos gastos públicos como a melhor medida para sanear as contas do governo e aumentar a disponibilidade de recursos para o setor de saúde. "Cortar gastos também é indispensável para conter o avanço da inflação, que volta a nos ameaçar", alertou o parlamentar.
Virgílio lembrou que o governo é injusto quando tenta justificar a criação da CSS alegando que nenhum preço diminuiu desde que a CPMF foi eliminada. "Nossa tentativa de desonerar foi comprometida pelos aumentos do IOF e da CSLL. Quem arca com a elevação dos impostos não são os bancos, como discursam alguns, mas o contribuinte que precisa de crédito e contrai empréstimos", esclareceu.
Reforma Tributária em xeque
A Reforma Tributária apresentada pelo governo não agrada Arthur Virgílio. "Temos uma proposta muito melhor no Senado", disse. A implantação da Nota Fiscal Eletrônica em todo o território nacional, o Cadastro Único do Contribuinte e a manutenção da lei de Responsabilidade Fiscal estão entre os pontos defendidos pelo senador. Ele também é favorável à eliminação do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), órgão que considera "anacrônico".
O deputado Sandro Mabel (PR-GO), presente ao evento promovido pelo Fiesp/Ciesp, integrante da base aliada do governo e relator do Projeto de Reforma Tributária, posicionou-se contra as críticas do senador, defendeu o formato da proposta apresentada pelo governo, e ponderou que "as mudanças precisam ter um início, e esta reforma oferece uma chance concreta de reduzir a carga tributária".
Sílvia Lakatos, Agência Indusnet Fiesp