Rafael Cervone diz que presidente eleito precisará adotar medidas urgentes nos primeiros 90 dias de governo
- Atualizado emNa abertura do Seminário da Micro e Pequena Indústria, presidente do Ciesp defendeu soluções rápidas para as questões trabalhistas e tributárias
A Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) realizam, em sua sede nesta terça-feira (07/10), o Seminário da Micro e Pequena Indústria (MPI). Durante todo o dia, estão programadas palestras com diversas especialistas da área de vendas, estratégias e inovação.
A abertura do seminário contou com a presença de Rafael Cervone, presidente do Ciesp, e Milton Bogus, diretor titular do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi).
Cervone destacou a necessidade de simplificar o dia a dia das empresas e de melhorar o ambiente de negócios. “Nunca vi um ambiente de negócios tão hostil ao empreendedorismo”, lamentou.
Citando o estudo realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, o presidente do Ciesp comparou o tempo gasto para calcular, preencher e pagar impostos no país. No Brasil se gasta 2600 horas por ano, em média, o que representa R$ 26 bilhões por ano. Em países desenvolvidos, no entanto, são gastas apenas 179 horas, nos países em desenvolvimento 250 horas e na China, 300 horas.
Para Cervone, o Brasil necessita de mudanças urgentes e a Fiesp e o Ciesp já estão em contato com os dois candidatos à presidência para solicitar que, nos primeiros 90 dias de governo, os principais problemas da indústria sejam atacados, para retomar a competitividade.
“O Brasil está complicado demais. Precisamos de simplificação, desoneração e previsibilidade, que nos afeta nas questões trabalhistas e tributárias”, afirmou. “A micro e pequena empresa tem um poder de recuperação grande, basta que o sistema pare de atrapalhar.”
Cervone também comentou que conversou sobre a globalização dos meios de produção com Roberto Azevedo, na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Se o mercado é globalizado, os meios de produção também têm que ser globais. Propus a ele que a OMC trabalhe com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nessas questões da isonomia competitiva da produção.”
Muito além da inovação
O diretor titular do Dempi/Fiesp, Milton Bogus, concordou com a necessidade de mudança de cenário econômico para estimular as MPIs. “Para sobreviver não basta inovar, produzir mais e reduzir custos, as indústrias devem também vender mais e melhor em um mercado cada vez mais competitivo”, ressaltou.
Para auxiliar nessa busca pela sobrevivência e excelência, o diretor destacou as ações desenvolvidas pelo Dempi/Fiesp para levar propostas e soluções aderentes à realidade das empresas. Segundo ele, foram realizados mais de 48 eventos, além da atuação junto ao poder federal, estadual e o poder legislativo, para buscar a melhoria do ambiente, com bons resultados como a aprovação da revisão da lei geral das MPs.
Bogus destacou ainda a necessidade de inovação, para estar conectado com o mercado de forma global. “Precisamos investir constantemente na inovação e na gestão visando o crescimento da micro para a pequena, da pequena para a média e desta para a grande.”
Ariett Gouveia, Agência Indusnet Fiesp