Pesquisa inédita revela perfil de jovem empresário paulista

O Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE) do Ciesp realizou, entre maio e junho deste ano, uma pesquisa inédita para identificar o perfil do jovem empresário paulista, e o atual quadro de sucessão de comando em empresas familiares do estado de São Paulo.

 

O levantamento, feito em parceria com a Bernhoeft Consultoria Societária, constatou que 56% dos entrevistados já tiveram ou têm negócio próprio. Desse universo, 69% investiram capital próprio, e somente 20% utilizaram recursos da família para abrir o próprio empreendimento.

 

A pesquisa também revela que 63% planejam novas atividades – 69% deles ao custo de economias pessoais. E mostra, ainda, que 92% acreditam ter características empreendedoras, sendo a educação familiar estimulante essencial para 85,84%. O peso do sobrenome foi visto por 89,29% como de “grande responsabilidade”.

 

Já entre os que trabalham em negócio da família (92% dos consultados), 65% tiveram experiência no mercado. Ter ocupado cargo em empresas não pertencentes à família foi fundamental para 52%. Para outros 38,67%, a experiência externa foi “importante”.

 

A profissionalização também aparece como quesito de destaque na pesquisa do NJE: 79% trabalham na área de formação superior e 69% estudaram no exterior para aprimorar conhecimentos. Contudo, número relativamente baixo (21%) tem remuneração superior à praticada no mercado de trabalho, enquanto 18% recebem salário inferior ao de profissionais livres.

 

O relacionamento familiar também foi avaliado, mostrando que o cargo é validado por consenso no caso de 90% dos entrevistados, que disseram ter relacionamento “excelente” ou “bom” com os demais sócio-parentes.

 

O dado é revelador quando comparado com consulta realizada em âmbito mundial pela Family Business Consulting Group International, que apontou que 65% das empresas deixam de existir por causa de disputas entre herdeiros. O levantamento feito pela entidade ligada ao Centro de Empresas Familiares da Northwestern University-Kellogg School of Management, dos EUA, mostrou que conflitos familiares podem fazer o valor de mercado de uma empresa cair entre 30% e 50%.

 

A pesquisa do NJE do Ciesp mostra ainda que os sucessores parecem preservar a máxima “negócios são negócios”, visto que para 93,75% deles a administração da empresa deve ser distinta do relacionamento familiar. Outros 81,65% garantem que os papéis de sócio e de gestor não devem ser confundidos.

 

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