Perspectiva para o 2º semestre é de estabilidade com viés negativo, avaliam industriais paulistas - CIESP

Perspectiva para o 2º semestre é de estabilidade com viés negativo, avaliam industriais paulistas

Agência Indusnet Fiesp

A avaliação da indústria paulista sobre o desempenho do 1º semestre deste ano foi de estabilidade. A quantidade de empresas que afirmaram que foi melhor que o mesmo período do ano anterior (36,6%) é praticamente igual à de empresas que afirmaram que foi pior (36,1%). Contudo há um viés positivo, já que a proporção de empresas que sentiram melhora é o maior desde 2011, segundo a pesquisa Rumos da Indústria Paulista Avaliação do 1º semestre e Expectativas para o 2º semestre de 2018, feita pela Fiesp e pelo Ciesp.

Nas empresas de médio e grande porte, a sensação de melhora (para 47,4% e 48,0% das empresas respectivamente) é maior que a de piora (28,1% e 28,0%), mas o quadro é o inverso nas de pequeno porte (39,6% apontam piora e 31,9%, melhora). Quando é avaliado o desempenho de variáveis específicas no 1º semestre, houve redução da produção para 36,1% e de vendas internas para36,5%, enquanto as exportações ficaram estáveis para 38% das empresas.

Já para o 2º semestre deste ano, a maior parte das empresas espera que sua situação permaneça igual (43,9%). No entanto, há um viés negativo, já que, quando comparado a igual pesquisa realizada no 2º semestre de 2017, há mais empresas neutras (43,9% em 2018 e 40,4% em 2017) e pessimistas (27,7% em 2018 e 21,6% em 2017) e menos empresas otimistas (27,8% em 2018 e 35,7% em 2017).

Diante deste cenário, como a maioria das empresas espera que seu desempenho permaneça mais ou menos estável, 77% não pretendem ampliar seu quadro de empregados no 2º semestre deste ano. Esta expectativa é bem semelhante à do 2º semestre de 2016 e 2017, quando 81,1% e 78,0% não pretendiam ampliar o quadro, respectivamente. “É preocupante que 77% das empresas não pretendam contratar no segundo semestre”, afirma José Ricardo Roriz, presidente em exercício da Fiesp e do Ciesp. “Isso agrava um pouco mais a situação do desemprego.”

As empresas de médio e grande porte estão menos pessimistas que as de pequeno porte em relação ao 2º semestre e, consequentemente, uma parcela maior delas pretende ampliar seu quadro de empregados (24,6% das médias e 24,0% das grandes pretendem ampliar o quadro ante apenas 18,7% das pequenas).

Apesar da percepção de estabilidade tanto no 1º quanto no 2º semestre, 39,4% das empresas esperam uma melhora das vendas este ano em relação a 2017. Na média, no entanto, o aumento esperado é de 2,9%, considerado bem moderado, mas que merece destaque por ser esse o melhor resultado desde 2013, quando a expectativa média de aumento era de 5,4%.

Quando questionadas se estão sentindo a recuperação das vendas que deixaram de ser realizadas durante a paralisação dos caminhoneiros, 41,7% das companhias afirmaram que estão recuperando parcialmente, enquanto apenas 5,4% das empresas estão sentindo uma recuperação total das vendas. As empresas de pequeno porte são as que menos estão sentindo a recuperação das vendas não realizadas durante a paralisação, com 31% não sentindo recuperando alguma. A pesquisa ouviu 465 empresas industriais no Estado de São Paulo.