Paulo Skaf reúne-se com empresários em Campinas - CIESP

Paulo Skaf reúne-se com empresários em Campinas

 

O presidente do Ciesp, Paulo Skaf, iniciou um ciclo de viagens pelo interior do estado de São Paulo, em que pretende passar por todas as 42 diretorias regionais, municipais e distritais da entidade. Um encontro empresarial no Ciesp de Campinas abriu a rodada na última sexta-feira (4). Skaf se reuniu com cerca de 150 lideranças locais para identificar problemas regionais e traçar um compromisso em busca de soluções. “É uma oportunidade de ouvir e de tomar muitas decisões, porque nos dá a visão empresarial daquele que demanda na região”, disse o presidente da entidade.

 
Demandas regionais
Temas de interesse geral da indústria e assuntos específicos da região foram discutidos na reunião. A expansão do aeroporto de Viracopos como estímulo ao desenvolvimento local foi uma das demandas apontadas pelo empresário Juan Quirós, vice-presidente da Fiesp. “Há mais de 15 anos discute-se a ampliação do aeroporto, para melhorar as exportações e a logística da região. Estamos conseguindo uma convergência de investimentos dos governos federal, estadual e municipal, mas o envolvimento do presidente Paulo Skaf é determinante para dar início ao projeto”, assinalou.
 
Skaf quer conhecer detalhes do projeto e participar ativamente da questão. “O problema nos aeroportos é gravíssimo. Não adianta pensar em um novo aeroporto. A solução é investir em Viracopos e Cumbica, para suprir a necessidade de agora. Recursos não faltam, mas o maior entrave é a burocracia”, sublinhou. Natal Martins, diretor titular do Ciesp de Campinas, apontou os investimentos em infra-estrutura como principal preocupação dos empresários locais. “A nossa região é bem servida de rodovias, mas os investimentos mais direcionados para a infra-estrutura, na área de portos, aeroportos e energia preocupam”, frisou.
 
Energia também é preocupação para Julio Diaz, empresário de Jaguariúna, conselheiro e diretor de infra-estrutura do Ciesp de Campinas. Segundo ele, algumas reuniões regionais realizadas com as empresas têm demonstrado os temores dos industriais em relação ao setor energético. “Se continuarmos nesse ritmo de crescimento, em cinco anos não teremos energia para as nossas indústrias. E, em curto prazo, com certeza teremos um apagão de preço”, disse.
 
Para Diaz, é importante levar esse conhecimento para os empresários, e transparecer os problemas para que possam planejar seus investimentos. “É fundamental o elo com os assuntos regionais, que faz a voz da indústria chegar a todo o estado”. Paulo Skaf reforçou que o Ciesp e a Fiesp têm se aprofundado nessa questão. Segundo ele, foi firmado um convênio com o governo do estado para propor soluções à crise energética, como a queima de bagaço de cana, que poderá gerar 5 ou 6 gigawatts de energia em três anos. “O projeto está bastante avançado, e temos a esperança de amadurecer a questão da cogeração de energia a partir da biomassa. Seria uma ponte para o período de risco, que é 2011-2012”, disse.
 
Reformas
A proposta de emenda constitucional (PEC nº 233/08), que contempla a reforma tributária, foi destacada por Vlademir Sperandeo, vice-presidente do Ciesp. Sperandeo colocou em questão o modelo de reforma ampla e irrestrita, mais difícil de ser implantada, e propôs a defesa de uma reforma tributária setorial. Para Paulo Skaf, ainda é cedo para desistir do projeto original. “A proposta de reforma merece toda a nossa análise. Existem pontos positivos e pontos preocupantes. Vamos fazer um estudo com conteúdo e procurar dar um direcionamento, exigindo uma reforma que traga simplificação, agilidade e desoneração”, garantiu. Presente na mesa de debates, o ex-senador Rodolpho Tourinho afirmou que o Senado fez uma subcomissão para tratar da reforma e está apoiando a Fiesp e o Ciesp na discussão. “Dá para aprovar esse projeto que está na Câmara se houver vontade política. Mas uma questão como essa depende muito da posição dos empresários”, apontou.
 
Política industrial – Em uma parceria entre o governo do estado de São Paulo, Fiesp e Ciesp, 26 setores prioritários foram avaliados para a construção de uma política industrial paulista. O projeto anunciado pelo governo federal, no entanto, ainda é expectativa para as indústrias. “Estamos aguardando o anúncio, o que já está errado, porque a indústria não está sendo chamada para costurar a proposta. Se sair um projeto bom, terá nosso aplauso. Se não sair, terá a nossa crítica, e a pressão máxima para mudar e melhorar”, frisou Skaf.
 
Capilaridade
Rafael Cervone Netto, 1º vice-presidente do Ciesp, avaliou positivamente o resultado da reunião. “Foi o primeiro encontro de um ciclo, e funcionou como um piloto. O mecanismo é receber diretamente as demandas nas próprias regiões, e levar pra São Paulo, inclusive no âmbito do conselho superior”, explicou. Para José Eduardo Mendes Camargo, 3º vice-presidente da entidade, a mobilização do empresário é o ponto forte. “Nós temos que viver um grande momento de cidadania, em que os empresários e a sociedade como um todo discutam os projetos do país, e não fiquem apenas numa posição passiva, aceitando tudo”, ressaltou.
 
Segismundo Romano José Celani, diretor presidente da Cartonifício Valinhos S/A, é empresário associado desde 1948 e elogiou a iniciativa. “Tudo o que o Ciesp faz a favor do associado é mais do que positivo, principalmente na defesa dos interesses do industrial junto ao governo. Essas reuniões são necessárias, e estão no caminho certo para deixar a indústria ter o espaço que precisa ter”, destacou Celani.
 
Para o 1º diretor-secretário do Ciesp, Abdo Hadade, o presidente Paulo Skaf teve condições muito boas de interagir com os empresários durante o encontro. “Essa programação que se inicia, e que percorrerá todo o estado de São Paulo, faz com que a gente conheça mais de perto as necessidades das indústrias e dos empresários”, disse. “A vinda periódica do presidente para a reunião das regionais é de fundamental importância para trazer uma mensagem de otimismo para o empresário. Essa capilaridade é essencial, e esperamos intensificar esse tipo de atividade”, completou o diretor do Ciesp local, Natal Martins.
 
O secretário municipal de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo de Campinas, Sinval Dorigon, representando o prefeito Hélio de Oliveira Santos, também esteve presente no encontro empresarial e prestou uma homenagem ao presidente do Ciesp. “Em nome do prefeito, quero agradecer a tudo o que a indústria tem feito pela cidade de Campinas. Nossa obrigação como governo é facilitar a produção de quem gera riqueza e empregos para a nossa região”, declarou Dorigon.
 
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Foto: Amanda Lima
 
Agência Ciesp de Notícias
Mariana Ribeiro
05/04/2008