Para o CIESP, PIB de 2,3% desencanta a Indústria
- Atualizado emDiretor de Economia da Entidade, Boris Tabacof, diz que juros, câmbio e tributos seguraram crescimento
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Em nota divulgada, hoje, dia 24 de fevereiro, o diretor do Departamento de Economia (DECON) do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Boris Tabacof, considerou que o crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005 traz apreensão e desencanto para o setor industrial. “Embora a expansão de 2,5% da indústria tenha sido decisiva para o avanço do PIB, sabemos que o ano de 2005 poderia ter sido triunfal, após o crescimento de 4,9% em 2004, não fosse a resistência das autoridades econômicas em manter a taxa real de juros acima de dois dígitos – a maior do mundo –, um câmbio que parece não ter mais piso e uma carga tributária insana”, afirmou o empresário.
No caso da indústria, acrescenta, os dados mostram a grande influência do setor extrativo mineral, com expansão de 10,9%, devido principalmente ao comportamento excepcional dos preços mundiais das commodities metálicas e do petróleo. “Vale lembrar que o restante da indústria de transformação registrou um crescimento de apenas 1,3% abaixo, portanto, do verificado para o PIB”, disse Tabacof.
Com o resultado decepcionante, o diretor do DECON afirmou que agora, resta torcer para que o afrouxamento da política monetária, somado à expansão do gasto governamental em um ano de eleições, possa trazer algum alívio para os setores produtivos da economia brasileira, fazendo de 2006 um ano melhor do que o passado. “Afinal, ao confrontarmos a expectativa média de crescimento dos países emergentes em torno de 6,2% ao ano (estimativa do FMI) e, mais especificamente, a euforia que atualmente vivem países como Argentina, China e Índia, fica a dúvida se, de fato, o Haiti não é aqui”, concluiu Boris Tabacof.