“O futuro da indústria têxtil está na economia circular”, afirma Gilberto Campanatti, em evento da Fiesp - CIESP

“O futuro da indústria têxtil está na economia circular”, afirma Gilberto Campanatti, em evento da Fiesp

Clarissa Viana, Agência Indusnet Fiesp

Na última reunião plenária do Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecções e Vestuário da Fiesp (Comtextil), realizada na última terça-feira (23/3), conduzida pelo pelo diretor titular, Elias Miguel Haddad, o debate foi sobre Fibras Celulósicas Sustentáveis e o convidado, o representante de Lenzing Fibers, Gilberto Campanatti.

Abordando os desafios de uma indústria que já enfrenta a limitação geográfica e territorial da cultura do algodão e vê a celulose como “substituta natural”, Campanatti detalhou as iniciativas adotadas pela empresa austríaca muito antes do conceito de sustentabilidade se tornar fundamental para as empresas de tecidos e vestuário.

“Considerando que temos 50 milhões de toneladas de roupas e sapatos descartados anualmente no planeta, a economia circular deixa de ser um conceito utópico e passa a ser uma prática que será cada vez mais intrínseca em toda a cadeia de produção e a fonte de matéria prima para o setor têxtil”, apontou Campanatti ao abordar tecnologias já adotadas pela Lenzing Fibers, incluindo a Veocel – uma fibra feita a partir de material descartado com grande destaque em seu portfólio.

Campanatti também analisou a relação da indústria com a viscose, atualmente a principal fibra celulósica utilizada no mercado. “Ao criar a Veocel, podemos fechar uma janela com nossos clientes, mas estaremos abrindo uma série de novas portas. E isso é importante porque estamos pensando não apenas em um novo produto, mas também em como reutilizar esse produto depois e descartar cada vez menos lixo”, analisou.

Em um momento em que a Europa considera taxar a emissão de CO2 da cadeia produtiva e aumentar preços dos produtos finais para lidar com as mudanças climáticas e os problemas com lixo, a economia circular na indústria têxtil tem ganhado cada vez mais destaque e interesse. Campanatti também ressaltou a importância de pensar, durante a fase de projeto, em tecnologias e produtos que possam ser reutilizados ao invés de descartados, para que, no futuro, não haja mais produção de matéria-prima nova, apenas a reutilização do que já está no mercado.

Para Gilberto Campanatti, “o futuro da indústria têxtil está na economia circular” e a reutilização do material já em circulação