Nível de Atividade da Indústria registra primeira queda, depois de cinco meses de crescimento
- Atualizado emO Indicador do Nível de Atividade (INA), com ajuste sazonal, registrou retração de 1,4%
em abril na comparação a março
De acordo com o levantamento feito pelo Ciesp e pela Fiesp, sem ajuste sazonal, procedimento que permite desconsiderar oscilações características de alguns períodos, o resultado de abril registrou baixa de 1,4%. Em relação a abril de 2005, o INA subiu 4,8%.
Para Antônio Corrêa de Lacerda, diretor-adjunto do Departamento de Economia do Ciesp, a retração representa uma pequena inversão de tendência, embora a indústria confirme seu cenário de recuperação. “O quadro continua positivo, mas com uma luz amarela acesa. Os juros altos e a taxa de câmbio desfavorável afetam fortemente as indústrias. Apesar da redução de ontem, os 10,5% ainda representam a maior taxa de juros reais do mundo e explica porque o Brasil cresce menos do que os demais países emergentes”, afirma Lacerda.
Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, destaca ainda que o nível das importações vem crescendo em virtude do real valorizado e isso vai afetar diretamente a produção voltada ao mercado interno. “A variação das exportações de 2005 para 2006 foi da ordem de 5,5 bilhões de dólares e a variação das importações também. Isso significa que depois de uma trajetória de crescimento, entramos num patamar de estabilidade e a expectativa é de reversão de tendência nos próximos meses”, diz.
Os setores de veículos automotores e de artigos de borracha e plástico aparecem como destaques negativos em abril. Ambos registraram uma retração no nível de atividade no mês de abril (-2,3% e -1,8%, respectivamente), com ajuste sazonal. Já o setor de coque, refino de petróleo, combustível nuclear e produção álcool apresentou variação positiva de 3,7% em relação a março, também com ajuste sazonal. Veja a pesquisa completa.