Martha Gabriel fecha seminário MPI enfatizando importância da tecnologia - CIESP

Martha Gabriel fecha seminário MPI enfatizando importância da tecnologia

Graciliano Toni, Agência Indusnet Fiesp

Martha Gabriel, autora do livro Marketing na Era Digital, fez nesta terça-feira (13/10) a palestra de encerramento do II Seminário da Micro e Pequena Indústria (MPI) – Prosperando na crise. Falando sobre o tema “Tendências de Negócios para Micro e Pequenas Indústrias”, fez uma densa introdução, em que frisou a importância da tecnologia, ressalvando que é preciso saber o que fazer com ela. “Muitas empresas compram a tecnologia e não sabem usá-la” – e ficam frustradas pela falta de resultados. “Sem acompanhar a mudança”, explicou, há o risco de oferecer uma solução velha para uma situação nova.

O mundo cada vez mais complexo, continuou Martha, faz com que seja necessária a colaboração na hora de implantar algo na empresa. Também é preciso aumentar a sofisticação de quem atua.

Tecnologia, disse Martha, provoca desintermediação, eliminando empresas do meio. Exemplo é a 99Táxi, que faz via tecnologia a conexão direta do usuário com o prestador de serviços.

Citou estudo que mostra que a disrupção digital vai matar 40% das empresas do mundo. E outro, segundo o qual a tecnologia criou mais empregos do que eliminou, mas quem faz operações repetitivas tende a ser substituído pelos computadores. Nunca houve época tão boa para quem tem habilidades tecnológicas nem tão ruim para quem faz atividades repetitivas, disse. O que o computador ainda não faz, explicou, é criar emoção, criar empatia.

Martha Gabriel durante o II Seminário da Micro e Pequena Indústria da Fiesp. Foto: Helcio Nagamine/Fiesp

Talentos

Martha falou sobre a importância do propósito, afirmando que há um apagão de talentos e que para atrair pessoas e mantê-las, o essencial é o sonho, não o dinheiro. Nas startups, exemplificou, há pessoas interessadas em mudar o mundo, em fazer parte de algo maior, de fazer a diferença.

A lógica do mundo mudou, segundo Martha, e o poder está nas mãos de quem sabe programar. Brasil tem deficiência na área, não forma alunos de exatas.

Depois do susto, Martha entrou no campo das perspectivas e dos atenuantes. Disse que uma vantagem das pequenas empresas é a flexibilidade, a velocidade para mudar.

Apesar do ritmo exponencial de mudanças, existem ferramentas que fazer os ajustes conforme as coisas se alteram. E lembrou que coisas como valores e princípios não mudam nessa velocidade.

A nova geração, a Z, não é materialista. É para ela que é preciso olhar. “Dá o passo do futuro preocupada com o ambiente, com valores”, disse.

Tendências

Martha falou sobre as megatendências, aquelas que devem continuar importantes pelos próximos anos, dando exemplos de produtos que podem ser desenvolvidos para se encaixar nelas.

O mobile, os dispositivos móveis de Internet, são a primeira das megatendências, disse. Em 3 a 5 anos, disse, 50% de todo o acesso à Internet será mobile. “É o que as pessoas farão o tempo todo”, e os empresários precisam estar preparados para isso. A experiência mobile, afirmou é muito ruim em muitas empresas. Dá como dica, para todos, entrar no mobile.

A segunda megatendência é a de data economy. Não existe mais marketing sem tecnologia, disse. Pincelou como exemplos: impressão 3D de casas, usando energia solar, água e barro, sem trabalhadores. Impressão de produtos na casa ou escritório do consumidor, eliminando logística e otimizando recursos. E até impressão de comida, com o envio de códigos para criar os pratos a partir de insumos comprados pelo consumidor.

Realtime é a terceira megatendência. Conseguir atenção, afirmou, é cada vez mais difícil. Diferencial não é a informação, e sim, como conectá-la para criar valor. Ter criatividade.

O social, as redes sociais, continuarão como forte megatendência. Martha recomendou que as empresas abracem o ambiente digital, aprendam a usá-lo. Como exemplo, o AliExpress, uma grande vitrine online que pode ser canal para as micro e pequenas. O mesmo vale para a WestWing, que faz curadoria, uma camada de serviços em cima de produtos, mostrando as possibilidades de combinação. E também o shopping virtual para pequenos no Buscapé. Instagram é outro exemplo de ferramenta a ser considerada. E o Facebook, que para muitas lojas é o único canal. “É preciso entender como a tecnologia muda a lógica do negócio”, afirmou.

Por fim, a quinta megatendência, a sustentabilidade, com foco no ser humano, “que está fragilizado”. Nosso problema, disse, passa a não ser o ambiente, mas as pessoas.

Benefícios para os pequenos

Milton Bogus, diretor do Dempi, encerrou os trabalhos. Considerou o dia muito produtivo, lembrando que o objetivo, cumprido, era fazer mais do que um seminário. Ele também deu uma dica para os participantes, a recente regulamentação da compra governamental até R$ 80 mil apenas dos pequenos. Em sua avaliação, é uma opção de venda que deve ser observada e buscada. E recomendou que as empresas sejam ágeis.