Integração entre a indústria e o varejo é debatida em seminário na Fiesp/Ciesp - CIESP

Integração entre a indústria e o varejo é debatida em seminário na Fiesp/Ciesp

Evento “A Indústria e seu Mercado Consumidor” reuniu empresários e especialistas na sede das entidades

Hora de promover a integração entre a indústria e o varejo. Com esse objetivo, foi realizado, no dia 15 de abril, na sede da Fiesp/Ciesp, o seminário “A Indústria e seu Mercado Consumidor”. O evento reuniu empreendedores e especialistas para debater temas como a reinvenção das lojas e o comportamento do consumidor, entre outros. Isso além do lançamento da atualização do aplicativo “Inteligência de Mercado da Indústria 2014”.

A abertura do evento foi feita pelo 1º vice-presidente do Ciesp, Rafael Cervone, e pelo vice-presidente da Fiesp e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho. Estiveram presentes ainda o diretor titular da Central de Serviços (Cser) da federação, Paulo Schoueri, e o diretor do Decomtec Manoel Canosa.

“É preciso estimular a interação entre a indústria e o varejo”, afirmou Cervone. “É uma estratégia importante para a indústria interligar as cadeias produtivas de ponta a ponta: dos fornecedores de fibras às vitrines das lojas, no caso do setor têxtil, por exemplo”.

Cervone: “interação entre indústria e varejo é estratégico para interligar a cadeia produtiva de ponta a ponta”. Foto Helcio Nagamine

De acordo com Cervone, nos últimos anos, o Brasil vem ganhando espaço como mercado “número um” do varejo internacional. “Essa é uma faca de dois gumes, afinal, esses varejistas podem manter seus próprios fornecedores ou usar fornecedores nacionais”.

Segundo Roriz, é preciso discutir ainda a  “necessidade de viver uma verdadeira cultura de planejamento empresarial”.  “Se não há a disseminação do planejar e depois realizar, aspectos como integrar os canais de venda e conhecer o consumidor-alvo ficam em segundo plano e isso possivelmente impacta negativamente a competitividade empresarial”, afirmou.

Novos caminhos   

A primeira palestra do seminário foi feita pelo sócio-sênior da consultoria GS&MD – Gouvêa de Souza, Luiz Goes. Especializado em varejo, Goes destacou os “novos caminhos” do setor.

Partindo da necessidade de “reinvenção”das lojas, ele explicou que, hoje, uma “loja vencedora” precisa ter como objetivo a “oferta de valor”. “O consumidor tem que saber que, se comprar naquele lugar, vai sair ganhando. O ponto de venda precisa ser relevante na cabeça do cliente”, disse.

Para Goes, além do “valor”, é preciso manter o foco em pontos como a consistência do negócio, ou seja, em “entregar esse valor para o consumidor todos os dias”. “Há os aspectos ligados à emoção, como o estilo de vida e a experiência de consumo, e aqueles relacionados à razão, como preço, sortimento e conveniência”, explicou. “Não adianta só apresentar os produtos, tem que emocionar”.

E isso sem perder o foco no mundo digital, claro. “Tudo tem que ter integração com os canais digitais”, afirmou o consultor. “Pensar no varejo sem pensar na internet é decretar falência”.

Pimentão América

Entre os exemplos de inovação no varejo citados por Goes em sua apresentação estão iniciativas como a criação do personagem “Pimentão América” pela rede Hortifruti, de frutas e verduras, presente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O que pode ser mais commodity do que isso? É um jeito novo de apresentar o produto”, destacou.

Nessa linha, foram apontadas ainda empresas como a Livraria Cultura e as redes de magazines de roupas que convidam estilistas famosos para assinar coleções, como a Riachuelo. “A Cultura oferece uma experiência inigualável no ponto de venda. Às vezes, o consumidor entra só para passar o tempo e termina saindo com um livro na mão”, disse. “Já a Riachuelo oferece o conceito de moda a preço acessível”.

A indústria que ensina o varejo

Os casos em que a indústria ajuda o varejo não ficaram de fora do debate. “A Apple oferece, além dos produtos, serviços nas lojas. Quem quiser, pode aprender a mexer nos artigos vendidos”, disse. “Veio para ensinar o varejo a vender melhor”.

Isabela Barros, Agência Indusnet Fiesp

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