Indústria paulista fecha 18 mil vagas em outubro - CIESP

Indústria paulista fecha 18 mil vagas em outubro

Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp

O setor produtivo paulista fechou 18 mil postos de trabalho no mês de outubro, uma queda de 0,68% sobre setembro, com ajuste sazonal. Na leitura sem ajuste sazonal, a taxa de redução de postos de trabalho na indústria ficou negativo em 0,66% ante o mês anterior. Este é o pior outubro desde 2006. A Fiesp e o Ciesp divulgaram os números em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (16).

No acumulado do ano foram geradas 82 mil vagas, o que representa um crescimento de 3,17% de janeiro a outubro. Esses postos, no entanto, devem ser anulados até o final de 2011, segundo Walter Sacca, diretor-titular-adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.

“Até o fim do ano, os 80 mil empregos que foram criados até agora pela indústria no estado de São Paulo provavelmente serão anulados, haverá uma redução dessa ordem de grandeza. De acordo com a previsão da Fiesp, metade acontecerá na indústria de açúcar e álcool e a outra metade na indústria de transformação“, afirmou o diretor.

Do total de vagas fechadas, 14.033 correspondem ao setor sucroalcooleiro, o qual apresentou queda de 0,52% em outubro. No acumulado do ano, no entanto, o setor registrou uma variação positiva de 1,37%, com a criação de 35.499 postos. Os demais setores também registraram resultado positivo de 1,82%, gerando 47.001 novos postos de trabalho de janeiro a outubro.

Fase Ruim

Sacca avalia o quadro do emprego na indústria em outubro como negativo, um persistente reflexo da forte entrada de produtos importados para suprir a aquecida demanda do comércio brasileiro.

“A indústria de transformação atravessa uma fase ruim, de maneira que o crescimento do PIB no Brasil se dá no comércio e não com produtos industrializados, mas através de maior importação“, explicou Sacca

Segundo sua avaliação, a queda na atividade da indústria se manifestou mais cedo em 2011 na comparação com os períodos anteriores.

“No próximo ano, não vamos ficar imunes às consequências do que está acontecendo principalmente na Europa, como não ficamos imunes ao que aconteceu em 2008 nos Estados Unidos. A redução do nível de emprego da indústria ocorre mais em novembro e dezembro. Portanto, já estamos em um caminho pior comparando com os anos anteriores.”

Para reverter esse quadro negativo da produção nacional, Sacca defende ações efetivas como um câmbio competitivo para indústria nacional no mercado doméstico e juros menores.

Nível de Emprego – Outubro de 2011
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Setores e regiões

Das atividades analisadas no levantamento, 11 apresentaram comportamento positivo, uma ficou estável e outras 10 registraram variação negativa. Máquina e Equipamentos concentrou a maior alta com 1% em outubro, seguido por Produtos de Madeira, com ganhos de 0,7%, e Produtos Têxteis, com alta 0,5%.

O segmento de Fabricação de Coque e Produção de Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis fechou o mês com queda de 5%. O setor de Produtos Alimentícios também registrou variação negativa de 3,7%, enquanto Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos encerrou o mês com declínio de 1,7%.

O Índice de Emprego apurou ainda que, das 36 regiões analisadas, 18 apresentaram quadro negativo, 15 registraram variação positiva e três apuraram estabilidade. A região de Araçatuba apontou o maior comportamento de queda com 8,88%, seguida por Sertãozinho, com baixa de 4,85%, e São José do Rio Preto, com recuo de 1,89%. A primeira cidade foi influenciada pela baixa nos setores de Produtos Alimentícios (-28,08%) e Coque, Petróleo e Biocombustíveis (-8,82%).

O índice de Sertãozinho também foi pressionado por Produtos Alimentícios (-10,36%) e por Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos (-0,69%), enquanto São José do Rio Preto foi abatido por Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (-2,15%), além de Produtos Alimentícios (2,54%).

Dentre as regiões com comportamento positivo estão Rio Claro (1,74%), puxado por Produtos Alimentícios (3,53%) e Produtos de Borracha e Material Plástico (1,09%). Em seguida, Matão registrou o segundo melhor indicador com alta de 1,42%, impulsionado pelos ganhos em Produtos Alimentícios (3,78%) e Confecção Vestuário e Acessórios (1,86%).

O índice de Jacareí também foi destaque de alta com 1,41%, estimulado pelo bom desempenho em Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos (4,82%) e Produtos Têxteis (2,61%).