INA – Atividade na indústria paulista sobe 1,9% em abril
- Atualizado emO crescimento da atividade industrial – medido pelo Indicador de Nível de Atividade (INA) do Ciesp e da Fiesp, divulgado hoje (29) – foi melhor do que o desempenho normalmente registrado nos meses de abril, que costuma ser negativo. A variação ficou em 0,9% ante o mês anterior, e houve alta de 1,9% com ajuste sazonal.
O resultado é explicado pelo número de dias úteis do mês de março, que foi de apenas 20, enquanto a média da série histórica é de 21,7 – o que favoreceu o desempenho de abril na comparação mensal. "É um resultado estrondoso para o mês, porém, temos que considerar que os números de março foram meio decepcionantes em função dos dias úteis", assinalou Walter Sacca, diretor adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) das entidades.
No ano, a atividade do setor produtivo paulista acumula elevação de 9,3%. Em 12 meses o aumento foi de 7,7%, pouco acima do registrado em março (7,2%), mostrando uma tendência de acomodação do ritmo de crescimento da indústria. “Prevemos uma taxa de 5,5% no final do ano, porque a base de comparação com o segundo semestre de 2007 é elevada”, considerou Sacca. Em comparação com abril do ano passado, o indicador apresenta crescimento de 9,9% sem ajuste sazonal. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 83,1% em abril, variação de 0,1% em relação a março.
Para o diretor, um dos fatores que contribui para a acomodação do crescimento é a queda do salário médio real, que registra variação de 2,44% nos últimos 12 meses. "Ele continua crescendo, mas a taxas menores do que no final do ano passado, que estava em cerca de 5%", disse. Segundo ele, em função da inflação dos alimentos em alta, observa-se uma perda de poder aquisitivo maior nos salários mais baixos, o que pode influenciar a expansão do consumo.
Análise setorial
Um dos destaques do mês foi Máquinas e Equipamentos, com elevação de 5,2%. O setor vem crescendo mês a mês e ainda não deu sinais de reversão. No acumulado de 12 meses, a alta é de 15,3%. “Esse é um dos setores mais pujantes e podemos esperar mais crescimento”, avisou Sacca. Outro segmento que também vai muito bem é o de Veículos Automotores. Com crescimento de 10,9% no acumulado em 12 meses, o setor, segundo o diretor adjunto do Depecon, terá forte influência no crescimento da média do INA até o final do ano, compensando outros setores que venham a ter desempenhos menores.
Destaque também para Metalúrgica Básica. Mesmo mostrando diminuição de ritmo, no acumulado do ano o segmento cresceu 10,6%. Já Minerais não Metálicos apresenta um comportamento bem mais moderado, com crescimento de 6,3% no acumulado em 12 meses, inferior ao resultado de meses anteriores.
Projeções revisadas
Nesta quinta-feira, o Ciesp e a Fiesp também revisaram os números do PIB. De acordo com o Depecon, o crescimento da economia brasileira em 2008 foi mantido em 4,8%, enquanto o PIB industrial previsto caiu de 4,7% para 4,5%. Outros componentes também caíram: agropecuária (de 4,6% para 4,3%) e serviços (de 4,8% para 4,4%). Dessa forma, a manutenção do PIB total justifica-se pelo aumento da projeção para os Impostos Líquidos sobre Produtos, que pularam de 5,4% para 6,8%, indicando excesso de arrecadação.
A previsão para o emprego industrial também não sofreu alteração, permanecendo em 3,5%. Já a estimativa para a Produção Industrial do IBGE subiu de 5% para 5,5%, assim como a do INA Ciesp/Fiesp.
Agência Ciesp de Notícias
Mariana Ribeiro
29/05/2008