Fiesp/Ciesp, sindicatos de Metalúrgicos de São Paulo e do ABC e a Abimaq querem corte mais agressivo nos juros - CIESP

Fiesp/Ciesp, sindicatos de Metalúrgicos de São Paulo e do ABC e a Abimaq querem corte mais agressivo nos juros

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic em 0,5 p.p. indica continuidade no processo de redução da taxa de juros.

A Fiesp, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Abimaq vêm a público alertar que a produção manufatureira do país apresentou queda de 2% na passagem de agosto para setembro. Encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,8% ante o segundo, a maior queda desde o primeiro trimestre de 2009, quando apontou redução de 6,6%.

Já o comércio varejista, que vinha mostrando vigor, apresentou contração de 0,7% no terceiro trimestre com relação ao segundo. O decepcionante desempenho do Dia das Crianças já provocou uma revisão para baixo das expectativas de venda para o fim do ano. Por fim, o mercado de trabalho e o crédito também exibem sinais de esfriamento. As entidades lembram que, desde o início do ano, vêm cobrando a redução dos juros e alertando para o arrefecimento da atividade econômica no país.

Ao reduzir a taxa de juros, o Copom tenta diminuir os impactos negativos da crise internacional sobre o crescimento econômico brasileiro. É importante frisar que a redução da taxa de juros implicará economia adicional para os cofres públicos. Cada ponto percentual da taxa Selic equivale a R$ 17 bilhões em gastos públicos adicionais.

O governo despenderá este ano mais de R$ 240 bilhões com juros, enquanto a saúde recebe apenas R$ 70 bilhões e a educação, menos de R$ 60 bilhões. Além disso, os altos juros encarecem nossos produtos e levam parte da renda de nossos consumidores. Para alertar a sociedade sobre os danos dos altos juros, nossas entidades fizeram o Movimento por um Brasil com Juros Baixos.

A situação é grave e não há pressão inflacionária, e concordamos que o COPOM deveria ter feito um corte mais agressivo na taxa de juros, para afastar de vez o risco de redução da produção e do emprego.

Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

Miguel Eduardo Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq)