Excesso de tributos afeta a competitividade do Brasil no mercado internacional - CIESP

Excesso de tributos afeta a competitividade do Brasil no mercado internacional

 

No debate na manhã de hoje (12), no Congresso da Indústria, empresários também se queixaram da dificuldade em obter financiamentos

 

O Brasil tem uma carga tributária de 38%. Na China e na Índia, duas economias emergentes que se destacam no cenário mundial pela intensidade de seu crescimento, a carga tributária gira entre 16 e 17,5%. Estas diferenças, somadas a outros fatores que penalizam o empresariado brasileiro, como os juros elevados e a dificuldade de obter financiamentos, foram mencionadas pelo presidente do Grupo Marcopolo, José Martins, e pelo presidente do Grupo Paranapanema, Geraldo Haenel, como principais obstáculos à competitividade do Brasil no mercado externo.

Martins fez questão de lembrar que seu grupo tem negócios na Rússia, na China e na Índia, e que, neste último país, é possível fabricar um ônibus com custo 23% menor do que um similar produzido no Brasil. "E o Banco da China recentemente anunciou a disponibilidade de um bilhão de dólares para financiar as indústrias do país", observou o empresário.

"Os industriais brasileiros têm condições de atender a padrões de qualidade, de ser competitivos", avaliou Martins. "Mas nós precisamos do apoio do governo". Ele alertou que, se a indústria nacional não for protegida agora, "amanhã seremos atacados pela Rússia, pela China, pela Índia e outros". Haenel também foi taxativo: "A atual Reforma Tributária torna impossível competir com os produtos importados".

O público, majoritariamente composto por empresários que experimentam desafios semelhantes, concordou com as análises feitas por Haenel e Martins. Muitos reivindicaram mais acesso às linhas de crédito, tema que está na pauta da mesa-redonda sobre Política de Desenvolvimento Produtivo desta tarde.

 
Sílvia Lakatos, Agência Indusnet Fiesp